Repertório de bar ganha Galinha Pintadinha, para alegria dos pais sem opção
As apresentações da cantora Jacqueline Costa nas sexta-feiras e sábados tem um repertório que é no minimo eclético. Ela foi praticamente obrigada a inserir canções que nunca imaginou ter de cantar na noite, para atender aos pedidos de um público especial.
Em frente ao palco, acompanhando as canções aos pulos ou com coreografia improvisada, a criançada faz a festa dançando de Anitta, até as canções da Galinha Pintadinha. Jac ganhou fã clube por ser uma das poucas na cidade a incrementar os programas com a meninada.
Faz três anos que a cantora é a atração musical no Tibatata, lanchonete na avenida Afonso Pena, mas as canções infantis passaram a fazer parte dos shows há cerca de seis meses. De acordo com Jacqueline, a mudança foi uma forma que ela encontrou de agradar ainda mais um público que além de fofo, sempre foi fiel.
“O restaurante tem parquinho então sempre foi muito comum os pais trazerem os filhos para cá, mas mesmo com essa distração, algumas sempre se interessavam pelo show. Sentavam em frente ao palco, dançavam. Foi quando eu decidi tocar as músicas infantis, para atrair ainda mais as crianças que frequentavam o local com seus pais”, comenta.
Contato com as crianças ela sempre teve em casa, o que serve de inspiração na escolha dos hits que mais estão fazendo sucesso no universo da garotada. “Como eu convivo muito com a minha sobrinha, por exemplo, eu consigo ver de perto a realidade do que as crianças mais estão gostando de ouvir e tento trazer isso para os shows”, brinca.
Quanto ao comportamento dos pequenos, ela explica que na maioria das apresentações, eles se comportam. Mas as reações são diversas e sempre engraçadas. “Varia de acordo com os dias de maior movimento do restaurante, mas já aconteceu deles quererem subir no palco, algumas querem tocar bateria”, ri.
“Mas em geral elas juntam as cadeiras e ficam em frente ao palco. Muito difícil elas ficarem sentadas, mas o mais curioso é que o interesse delas é natural, não sou eu quem chamo. Eu começo a tocar e elas saem correndo para cá. Puxão as palmas, dançam”, comemora.
Ao lado do parceiro musical e bateirista Dom Batera, a cantora inicia os shows às 20h e por volta das 20h30 uma seleção de pelo menos 7 músicas infantis e até mesmo sucessos do pop é dedicada a elas.
E a reação do pequeno “fã clube” da cantora é mesmo automática. O Lado B acompanhou uma das apresentações da dupla de músicos e foi só eles tocarem o sucesso Happy, do Pharrell Williams, que as crianças saíram correndo para acompanhar de perto, dançando e arriscando no inglês a canção.
No show da última sexta-feira, foram pelos menos oito crianças que suaram a camisa pulando e cantando, mas Jacqueline conta que tem dias que público mirim lota a plateia.
“Me recordo que teve uma apresentação nossa, que juntou pelo menos umas 25 crianças aqui e os garçons tiveram que organizar a bagunça, colocando elas em cadeiras enfileiradas aqui”, lembra.
Ainda segundo a cantora, Happy é sempre umas das mais pedidas, mas as crianças mais novinhas, como a fofa da Maria Catarina, de apenas 2 anos, tem um preferência inquestionável. “Galinha Pintadinha, Galinha Pintadinha”, dizia a pequena, aos berros.
O pedido claro, foi atendido, mas além dele, a cantora canta até o clássico História de Uma Gata da década de 70 e que foi eternizada, na voz de Chico Buarque. Mas para mostrar que elas estão antenadas com o que bomba nas paradas, Anitta também é sensação e com coreografia. “Sorry, do JustinBieber”, gritou a Marcela, de 7 anos.
Mas se para meninada a bagunça é motivo de diversão na certa, para os pais as apresentações são sinônimo de tranquilidade. A farmacêutica Maria Theresa é mãe da Maria Luiza, de 8 aninhos, que desde quando era de colo já aprontava no palco.
“Há anos eu frequento aqui e com essa opção de músicas infantis, ela passou a achar o lugar ainda mais divertido. Virou um combinado para mim e pelo menos mais outras sete mães, vir fazer happy hour aqui no restaurante, só para trazerem elas para brincar, mas também dançar e cantar. Eu tenho até fotos da Maria deitada naquele palco, quando era menor”, ri.
A zootecnista Carla Rabesquine é mãe das “três Marias”. Além da Maria Catarina, também tem Maria Eduarda, de 8 anos, e a Maria Beatriz, de 6. “É a primeira vez que eu trago elas e eu acho essencial essa interação por meio das músicas. Acaba sendo bom não só para elas quanto para nós pais, porque nós acabamos ficando mais tranquilos quando elas estão se divertindo assim, de forma tão saudável”, comenta.
Outro pequeno que, mesmo meio tímido, aos poucos se soltou para dançar com as meninas, foi o Lucas, de 4 aninhos. Inteligente que só vendo, durante a seleção infantil da Jacqueline e Dom ele bateu palmas, pulou, dançou e quando veio saber o que o repórter estava escrevendo no caderno, ainda fez farra. “Gosto de música clássica também”, garantiu o prodígio.
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