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Diversão

Tem gente bem nova começando no Chamamé de Mato Grosso do Sul

Ângela Kempfer e Anny Malagolini | 20/09/2012 11:30
Rafael tem 15 anos. Entre os 10 filhos de Elinho do bandoneon , o “rapa do tacho” foi o que tomou mais gosto pelo ritmo.
Rafael tem 15 anos. Entre os 10 filhos de Elinho do bandoneon , o “rapa do tacho” foi o que tomou mais gosto pelo ritmo.

Elinho do Bandoneón tem no sobrenome o instrumento que fez dele um dos principais representantes do Chamamé em Mato Grosso do Sul. Aprendeu primeiro o acordeom, mas aos 36 anos, quando decidiu tocar bandoneon, foi direto à fonte, em Corrientes, província da Argentina, onde nasceu o estilo musical.

“O que eu gosto no Chamamé é a sua pureza. É música refinada como uma poesia. Mas é para um público específico, para quem aprecia música clássica”, avalia.

Nas paredes do Centro Cultural do Chamamé, em Campo Grande, Elinho tem o nome escrito em tijolos que lembram dos artistas que estabeleceram a música como identidade sul-mato-grossense.

Ele é um dos “caras” das antigas, o começo para uma garotada que muito nova já leva o Chamamé como arte em Mato Grosso do Sul.

O filho caçula, Rafael, tem 15 anos. Entre os 10 filhos de Elinho, o “rapa do tacho” foi o que tomou mais gosto pelo ritmo e hoje toca ao lado do pai, feliz da vida.

“Aos 10 anos demos ao Rafael um violão, e então uns amigos argentinos de Corrientes vieram nos visitar e o menino tomou gosto pela música”, conta o pai orgulhoso.

Na “família chamamezeira” criada em torno do Centro Cultural, o agrônomo Jânio Fagundes Borges, 53 anos, é chamado de historiador, tamanho o interesse pelo assunto.

“Frequento aqui desde que começou, e acho essa iniciativa muito válida. Antes não tínhamos muita opção de onde ir, só na Colônia Paraguaia que tinha programação só as vezes”.

Elinho do Bandoneon, em dia de festa no Centro Cultural do Chamamé.
Elinho do Bandoneon, em dia de festa no Centro Cultural do Chamamé.

Para ele, “o Chamamé esteve engavetado , mas houve um resgate. E isso aconteceu por que no fundo as pessoas gostam”.

E a devoção começa cedo. Aos 9 anos, Roberto Rech toca sanfona desde os 5 e hoje é uma das apostas do Chamamé em Mato Grosso do Sul. Filho de gaúcho, o menino não é fraco e já subiu ao palco duas vezes com a dupla Maria Cecília e Rodolfo.

“Meus amigos acham estranho eu gostar e tocar Chamamé, mas eu não me importo, acho a música bonita”, justifica.

Mais do que ler, bom mesmo é ouvir. A garotada deve acompanhar os pais chamamezeiros a Rio de Brilhante, uma oportunidade para quem gosta do som.

Dos dias 21 a 23 de setembro, o município terá o maior encontro no Estado de chamamezeiros, na chácara Boa Vista, saída para Maracaju. A entrada é franca.

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