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Com medo do assédio nas ruas, mulheres apelam para aulas de defesa pessoal

Thailla Torres | 30/10/2016 07:20
São trababalhados golpes, chutes, pontos de pressão e pontos fracos do corpo para se atacar..(Foto: Thailla Torres)
São trababalhados golpes, chutes, pontos de pressão e pontos fracos do corpo para se atacar..(Foto: Thailla Torres)

Olhares atentos a cada movimento e passo ensinado pelo intrutor. Em um workshop de defesa pessoal, mulheres que passam diarimente por situações de risco, com a falta de segurança nas ruas, buscam aprender técnicas que ajudem na defesa e consigam reagir da maneira correta quando estiverem em perigo. 

Assédio sexual e riscos de estupro estão no topo da lista quando o assunto é o que dá medo ao andar na rua sozinha. Por isso, há 10 anos praticando artes marciais, o instrutor Murilo Seixas decidiu trazer o curso para Campo Grande. "Resolvi trazer aqui pelo aumento da procura. A cada quatro pessoas que buscam pelas artes marciais, uma é mulher, na busca de se defender", justifica.

O worshop foi realizado para mulheres aprenderem a defesa em uma situação de risco.
O worshop foi realizado para mulheres aprenderem a defesa em uma situação de risco.

As horas de curso têm técnicas baseadas no krav maga, luta reconhecida como arte de defesa pessoal e não como arte marcial. São movimentos mais aplicáveis em situações reais, como a tentativa do assalto, sequestro e ou estupro.

"O treinamento não é só físico, é um treinamento técnico e mental pra atingir esse lado psicológico", explica Murilo.

São trabalhados golpes, chutes, pontos de pressão e pontos fracos do corpo para se atacar. Usa as imobilizações contra o agressor.

"Então a mulher precisa ter força para que a defesa seja executado, ele é bem técnico. A pessoa aprende utilizar isso da maneira correta, conseguindo atrapalhar o agressor e se defender após isso", explica.

Arissa já sofreu assédio e teme pela violência nas ruas.
Arissa já sofreu assédio e teme pela violência nas ruas.
Patrícia decidiu fazer para se defender na hora certa.
Patrícia decidiu fazer para se defender na hora certa.

Além dos movimentos, as alunos aprendem a lidar com o medo de reagir. "A gente busca trabalhar esse medo que as mulheres acabam tendo na hora de se defender. Por isso, a gente ensina o aluno a analisar a hora certa de mostrar que está pronta para a situação", diz.

A maquiadora Patrícia Penrabel, de 28 anos, se interessou pela defesa pessoal por se sentir insegurança diante da violência. "Meu maior medo é arma né, mas tem também os casos de violência sexual. Antes, eu imaginava que precisava ter força, depois que descobri que não, achei mais interessante. A gente muda um pouco o modo de vida porque começa a observar mais e ter mais cuidado", analisa.

Já Arissa Nakasaki, de 21 anos, é uma das alunas que foi em busca de defesa após um assédio. "Foi dentro de um ônibus, mas não chegou a acontecer nada e nem precisei me defender, só sai de perto. Mas a primeira vez a gente nunca espera e porque mais que a gente é treinada, é sempre importante saber o a hora de reagir. Tenho medo da violência, a gente vê tanta coisa", justifica Arissa. 

Tem gente que foi mesmo pela curiosidade, mas admite que andar na rua sozinha é um dos principais medos. "Quero conhecer e me sentir segura, sinto que as vezes para a mulher sair sozinha é perigoso. E se por um acaso acontecer algo, eu possa me defender. Tem horas que a gente vive em um mundo que parece que não podemos sair sozinha na rua", comenta Ludnara Rodrigues, de 25 anos.

O workshop foi realizado pela Master School Brasil, uma escola de artes marciais em Campo Grande. Quem tiver interesse pelas artes ou pelo workshop, novas turmas serão divulgadas pela página no Facebook.

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