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Faz Bem!

De médico e louco, todo mundo tem um pouco, mas para bariátrica tem de confiar

Liziane Berrocal | 30/03/2015 06:49
Dr. César Conte foi o meu cirurgião bariátrico e responsável por boa parte desse sorriso que hoje habita em minha face. (Foto: Marcos Ermínio)
Dr. César Conte foi o meu cirurgião bariátrico e responsável por boa parte desse sorriso que hoje habita em minha face. (Foto: Marcos Ermínio)

Quem acompanha a coluna já sabe que eu fiz o pré-operatório várias vezes até finalmente ser submetida à cirurgia. E muitos que acompanham a coluna me procuram para perguntar sobre a escolha do médico e do método para a redução de estômago como a cirurgia bariátrica e metabólica é comumente chamada. Existe um ditado que diz que de médico e louco, todo mundo tem um pouco e eu concordo, mas já passei cada uma nas mãos de alguns que tinham mais de louco que tudo um pouco...

Remédios, fórmulas milagrosas, tons jocosos e até mesmo uma pressa em fazer o procedimento que me deixaram insegura, até o dia em que eu consegui realmente sentir firmeza naquele que me estendeu a mão e não desistiu de mim. Estou sim falando do meu médico hoje, porque acreditem, o corpo clínico escolhido para o procedimento é muito, mas muito importante para o sucesso da cirurgia, inclusive a longo prazo.

Para quem não sabe, Dr. César Conte foi o meu cirurgião bariátrico e responsável por boa parte desse sorriso que hoje habita em minha face. Até chegar nesse paranaense bonitão e sem papas na línguas, eu já tinha passado por alguns e foi por indicação de minha amiga Katia Juliane que fui para lá, em seu consultório no Instituto do Aparelho Digestivo.

A primeira vez que consultamos, ele respondeu todas as dúvidas que tinha e me pediu uma tonelada de exames, deixando claro o quanto aquilo era importante para que déssemos continuidade no tratamento pré cirúrgico. Por mil motivos, eu larguei mão e não fui até o fim. Depois fui lá novamente, dessa vez com a Kaju e ele foi claro: “Se continuar engordando assim, sua vida vai ficar difícil”. Outra vez eu dei para trás e larguei mão, mesmo estando na cara do gol.

Quando então, no auge do meu peso, sofrendo com a perda da minha mãe, eu sozinha o procurei, e qual foi a minha surpresa. Ele me recebeu e disse: “Eu achei que você tinha desistido de mim, mas eu não desisti de você”. Eu me emociono ao escrever isso para vocês, porque eu realmente tinha mil medos em minha cabeça, medo de não conseguir mais trabalhar, medo de me sentir fraca, medo de não superar meu medo e ter um médico que me disse que não desistiu de mim, me deu um conforto tão grande, que saí dali com a cirurgia com data marcada. “Antes que você fique totalmente sem pescoço”, me disse ele, deixando claro o nível da situação.

A fase do pré-operatório é essencial para a cirurgia, e um médico que acompanhe todos os exames e o passo a passo nisso é tão indispensável quanto saber se você tem H pilory ou vai precisar de mais exames. E foi exatamente isso que aconteceu comigo: um trem estranho no meu duodeno apareceu na endoscopia e mais um exame dessa vez mais complexo foi solicitado pelo meu médico. Eu gelei! Tinha acabado de enfrentar o câncer de minha mãe, e os resultados da vídeoendoscopia não tinha sido reconfortante. O período era início de janeiro, férias, médico viajando e eu sem saber o que fazer, o que pensar e com aquele medo de me deixar sem dormir. E veio então mais uma surpresa positiva. Mesmo de longe, dr. César não me abandonou, me segurou pela mão via whats (maravilha de tecnologia) e me tranqüilizou.

Com experiência e calma, ele explicou a mudança do método cirurgico, que ao invés de by pass seria sleeve, ou seja, ao invés do grampeamento do estômago com desvio do intestino, meu companheiro velho de guerra teria boa parte jogada fora e não mexeríamos no restante, para resguardar o acesso ao “trequinho” que achamos ali. E a frase “fique tranqüila, que vamos acompanhar tudo isso de perto”, foi como um oásis. E Dr. Cesar foi tão parceiro, que quando eu acordei logo após a anestesia e o vi ao meu lado, eu tive certeza que deu tudo certo e hoje estou aqui, 75 dias depois e com 30 quilos a menos contando essa história para vocês, para deixar claro que quem quer se submeter a cirurgia bariátrica tem que procurar um médico, que seja parceiro, que seja atencioso, verdadeiro, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, mas que principalmente você confie e se sinta seguro. Pode ser que não seja o mesmo que o meu, mas que seja aquele, que tenha mais de médico do que de louco, afinal, é a sua vida que está em jogo!

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