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Faz Bem!

Em duas horas, meditação te convida a fechar os olhos e se curar pelo som

Paula Maciulevicius | 28/05/2016 07:10
Meditação trabalha com instrumentos de som puro, como o cristal. (Fotos: Paula Maciulevicius)
Meditação trabalha com instrumentos de som puro, como o cristal. (Fotos: Paula Maciulevicius)

Uma sala. Um círculo de gente. Luz discreta. Olhos fechados. Ouvidos atentos aos sons que te levam da mente ao coração. Em duas horas, a meditação que usa o som como caminho para a cura das emoções, trabalha da teoria à prática ensinando primeiro a sentir e se ancorar no peito para conseguir se expandir.

O Lado B participou do "Círculo de Meditação com Som", que terá uma edição aberta na praça do bairro Carandá Bosque, no próximo dia 12 de junho, de graça, a partir das 9h. Os coordenadores do projeto são Ana Karla Loureiro e Christian Villaescusa Rodriguez, dupla que generosamente explica e conduz a meditação.

Ana Karla é jornalista por formação, roteirista e dedica os últimos 15 anos aos estudos de terapias consideradas não convencionais. Começou no xamanismo e através de outras vivências, percebeu que todas elas tinham em comum a trilha sonora como ferramenta.

Da ancestralidade vem o tambor
Da ancestralidade vem o tambor
Em círculo e de mãos dadas
Em círculo e de mãos dadas
A orientação é sentir o corpo.
A orientação é sentir o corpo.

"Percebi que as coisas funcionavam não de um modo cartesiano, mas havia um processo de cura das emoções, de memórias, da ressignificação de conteúdos do passado. Aí pensei, essas musiquinhas não são aleatórias", observou Ana.

A descoberta em cima de tanta pesquisa foi de que os cantos são como jardins sonoros. "E quando cantados com o coração, te levam a um estado de frequência por ressonância. A alegria cura, melhora sua imunidade e provoca milagres em você. O riso contagia todo mundo", exemplifica a coordenadora. 

Usado na ancestralidade com o intuito de cura, os cantos se aliaram à meditação e se tornaram o círculo. A primeira parte é exatamente esta, teórica e a segunda, se inicia com o som das batidas do tambor. 

"São sons específicos, de instrumentos puros como o tambor que é o som do coração da mãe terra e a gente usa também tijelas de cristal quartzo que tem um som muito especial", descreve Ana. 

Em círculo, a meditação é conduzida por Ana Karla a começar pelas pisadas fortes, no ritmo do tambor, mãos dadas, olhos fechados e o som da própria voz, que deve sair de dentro para fora. A dificuldade - tanto para quem começa como aos que já têm experiência - está no esvaziar a mente. E deixá-la em segundo plano é o caminho. 

O soltar das mãos se torna até difícil e mostra que ninguém está sozinho.
O soltar das mãos se torna até difícil e mostra que ninguém está sozinho.

"Não adianta brigar com o pensar. É o vir para o coração e sentir. O truque é esse: sentir a respiração, a temperatura, o corpo e quando você vê... Saiu da mente", narra. E quando se alinha pensar e sentir, é o passo adiante. "Você se conecta com sua essência maior, sua alma. Quando começamos a vir para o coração e viver no coração, desde as mínimas coisas, se está meditando o tempo inteiro".

As experiências de quem medita pelo som são particulares a cada um. Enfermeira, Giselle Viebrantz Silveira, de 34 anos, fala que pela profissão, sente que ninguém está aqui por acaso. "Vejo muita dor e também muitos nascimentos. A gente nasce sozinho e também morre sozinho, mas sentimos um pouco de luz. Saio com essa sensação, de que precisamos todos uns dos outros". 

Para a professora Marlene Trindade, de 53 anos, o som e ela se já se confudem. "Não sinto o corpo, ele se mistura ao som. Não tem diferença, não tem dor, não tem nada de esse é o som, esse sou eu", tenta explicar. 

E é na tentativa de descrever o que é a meditação que a arte educadora, Patrícia Ortiz, de 42 anos, fala que a emoção chega a lhe escorrer lágrimas. "Sempre me emociono, quando ouço o som da tijela de cristal, sinto meu corpo parecendo um fio, me sinto flutuando. Não estou ali, não consigo explicar, tem que estar e sentir".

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Capaz de te levar às remotas memórias, o som cura.
Capaz de te levar às remotas memórias, o som cura.
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