Ex-gordinho agora ganha dinheiro vendendo comida funcional congelada
Com a mudança de hábitos, o contador Keler Lopes de 32 anos, viu uma excelente oportunidade de negócio. Ele, que pesava mais de 90 quilos, estava disposto a inserir novos hábitos alimentares e atividade física à corrida rotina de solteiro que mora sozinho.
“Queria algo prático como fast food. Daí, fui pesquisar pra ver se existiam alimentos vendidos prontos e congelados, mas que fossem saudáveis. Diferentes dos congelados industrializados vendidos nas prateleiras de supermercados que possui uma série de substâncias como sódio, gorduras, conservantes e corantes que são prejudiciais à saúde”.
Para quem utilizava o congelador, basicamente, para gelar a cervejinha e manter o sorvete no ponto, Keler foi inovador ao descobrir que, em 2013, ainda não havia nenhuma empresa de alimentos congelados saudáveis em Mato Grosso do Sul. “Foi quando descobri uma empresa em São Paulo e decidi fazer um pedido grande. Queria conhecer o produto, se fosse bom iria tentar vender aqui”.
De lá pra cá, a demanda só tem aumentado. “A praticidade, o valor nutricional e o sabor são importantíssimos. Esses três fatores têm que andar juntos. Mesmo sendo um alimento congelado, preparado para quem está mais preocupado com os benefícios do alimento, não se pode descartar o sabor, senão o produto deixa de ser consumido rapidamente. As pessoas enjoam”.
Keler trouxe o produto, que a princípio tinha como público-alvo os praticantes de atividade física sempre em busca da tão sonhada hipertrofia – definição muscular e ganho de massa magra. “De fato, este ainda é o nosso principal consumidor, mas é curioso ver como a aceitação tem crescido muito com a terceira idade”. Os produtos são de baixa concentração de sódio e práticos de serem preparados. “Nesta idade, muitos moram sozinhos ou só o casal, sem a presença dos filhos na rotina alimentar. Nosso escondidinho, por exemplo, a mandioquinha vem amassada e o frango desfiado. É de fácil deglutição e digestão”.
O Lado B foi consultar a nutricionista Heloisa Xavier Dib, mestre em saúde, para saber se realmente alimentos congelados podem ser opções saudáveis. “Diferente dos industrializados que são carregados em sódio, sou a favor dessa versão de pratos congelados, temperados com ervas e sem sal, pois o impacto sobre o valor nutricional é mínimo. A perda de vitamina é insignificante e não são afetados os conteúdos de minerais, de proteína, de antioxidante e de fitoquímicos”.
A nutricionista alerta para a importância de se respeitar o prazo de validade do produto. “O tempo de conservação, na maioria das vezes, é de quatro meses. É importante respeitar esse prazo. E uma vez descongelado, ele não pode voltar ao freezer”, indica a nutricionista.
Fomos experimentar uma das 16 opções de pratos que a Muscle Bistrot trouxe para Campo Grande. Optamos pelo strogonoff de frango, com batata doce e arroz sete grãos. São 300 gramas de comida na embalagem, com em média 366 calorias, sendo 18g de carboidrato, 60g de proteína e 100mg de sódio. Só para fazer um comparativo, 1 colher de sopa de molho de soja – o famoso shoyo – tem 800mg de sódio. Oito vezes mais que o prato que provamos. Mesmo com a ausência de sal, a comida é bastante saborosa e temperada com várias ervas. "Isso também é questão de adaptar o paladar", explica Heloisa.
Se sua intenção for sujar o mínimo possível de louça, dá para comer o strogonoff na embalagem mesmo, depois de esquentar por cinco minutos no microondas. E viva a praticidade!