Para superar a si mesma, com disciplina veterinária emagreceu 60kg em 2 anos
A vida de magra, que incluía “ovo de pata com biotômico” para engordar, mudou aos 20 anos, na primeira gravidez. Com peso de 57 quilos, ela viu o ponteiro da balança mais que dobrar, chegando aos 115 quilos depois do terceiro filho, aos 30 anos.
Logo após o nascimento de Arthur, a veterinária Adriana Denadai não conseguia mais emagrecer, e as dietas malucas que nunca davam certo passaram a fazer parte da rotina. “Eu sempre fui magrinha, e a família dava vitaminas. Quando engravidei da Gabrielle, aos 20 anos, engordei, mas não foi tanto. Depois veio a Paola, eu já era gordinha e devido a gravidez de alto risco, foram meses tomando corticoides, o que piorou o processo do corpo. Já na gravidez do Arthur, eu engordei mais e vi meu corpo tomar uma forma que eu não imaginei, cheguei a pensar em tomar remédios”, conta Adriana.
Com 115 quilos, em setembro de 2011 a veterinária voltou à rotina e precisava comprar roupa para trabalhar. Ela, que é representante comercial na área de produtos veterinários, não tinha nenhuma calça que servisse.
“Jeans eu já nem tentava entrar, fui comprar uma calça social daquelas de tecido em uma loja de departamentos e comecei a experimentar. Os números só subiam. Da 50 a calça 54, nada entrava. Tive que comprar em outra loja uma calça 56, sentei e comecei a chorar dentro do provador e naquele dia eu jurei que ia mudar aquela situação. Até porque eu achava que tinha que estar bem para poder atender os clientes. Minha autoestima estava péssima, como eu ia lidar com pessoas? Tinha que trabalhar sempre com as mesmas roupas e isso me machucava”.
A palavra dieta então tomou outra proporção. “Eu comecei devagar, dentro de um ritmo sem loucura. Quando emagreci os primeiros 20 quilos, comecei a academia. Não era fácil, porque eu tinha que cozinhar para os meus filhos e criança come de tudo. Mas já tinha passado o terror. O começo foi muito complicado, muitas vezes eu cozinhava para a família e ia para o quarto, porque eu tinha vontade, mesmo sem fome e, isso que era complicado. Mas eu vi que minha determinação tinha que ser maior que a minha vontade de comer”.
No decorrer da dieta, familiares resolveram abrir uma academia. “Aí eu comecei a fazer, porque estava ali, à disposição. E eu além de precisar, eu queria e frequentar foi natural. Quando eu comecei a ficar mais determinada e feliz, fui comprar roupas que me deixassem feliz. Claro, que os vários elogios e palavras de incentivo me ajudaram bastante em todo o processo, mas foi comigo mesma, me ver no espelho”.
Sem ajuda médica ou especializada, Adriana enfrentou uma separação. “Nesse período a mulher fica frágil e ouvi que tinha ficado magra e estava segura, e realmente eu me sentia mais segura. E durante a separação eu emagreci mais ainda, foi super complicado, porque não foi tranquilo, e nessa época meu estilo de vida já era outro”.
O segredo para Adriana não foi só vivenciar a si mesmo. Tinha a reeducação alimentar aliada a exercícios físicos, dentro de um limite e de disciplina. “As pessoas ainda falam que não precisa mais. Mas não é para emagrecer, não é para ficar magrinha e sim um estilo de vida. Eu não vivo em dieta, como de maneira restrita, mas eu me dou direito de pequenos prazeres, de comer um bolo, um rodízio, apesar de evitar carne vermelha, mas quando eu tenho vontade, eu tento buscar um equilíbrio. Se eu como um bolo, compenso depois comendo menos”.
Para ela, após quase 60 quilos eliminados, 58 para ser mais preciso, Adriana diz que há um processo constante em seu corpo. “Cheguei a voltar no peso normal que tinha quando engravidei aos 20 anos, voltei, foi uma conquista! Não comemorei, porque para mim foi algo que eu busquei e alcancei. As pessoas olham isso e falam como se fosse um grande feito. Mas para mim é uma conquista pessoal, porque eu me sinto bem, foi um processo interno e olho meu corpo e acredito que posso fazer o melhor por mim. Tem coisas que tenho vontade de mudar e falo que não é porque é por vaidade, mas sim porque mexe comigo. É por mim e para mim, para que eu me sinta bem”, reafirma.
Um sonho agora seria uma prótese de silicone. “Mais nada, é algo meu, que isso eu preciso realmente de uma cirurgia, mas de resto, estou tranquila, até porque aos 37 anos, com três filhos, eu consegui me superar”.
“Minha autoestima aumentou? Muito, a segurança também, mas tudo isso é para me olhar no espelho e dizer: Adriana, estou feliz com você! E quando olho as fotos de antes e vejo o que estou agora, eu fico apaixonada por mim mesma. Apesar de não ser muito vaidosa no meu dia a dia, não quero que eu esteja impecável. Eu vou ver meus pacientes que são cachorros. Eles pulam em mim, eu vivo uma rotina profissional que não dá para ser assim. Mas quando quero fazer a minha transformação, é com prazer”, conta.
Adriana não se lembra exatamente de todo processo de emagrecimento, mas sabe do valor que tem. “Lembro-me do início dele, que foi sofrido, mas depois foi natural, e ver as fotos, me faz questionar onde foi parar aquilo ou como deixei chegar naquele ponto e vejo que a escolha foi a melhor. Não quero respostas, quero continuar cuidando de mim, por mim e para mim. Sei onde errei, não posso me enganar, e é isso que busco todos os dias acertar”, comemora.