Parada obrigatória de pássaros, quintal lembra família do tempo na fazenda
Casal e filha já chegaram a registrar, ao mesmo tempo, 40 visitas de espécies diferentes
Em vez do alarme do celular ou algum aparelho despertador, a família Roca França prefere ser acordada pelos pássaros de várias espécies misturado à "gritaria" das araras-canindé que pousam diariamente no tronco de uma palmeira. Mãe, pai e filha não cansam de falar do quanto se orgulham de ter esse privilégio vivendo numa capital.
Já chegaram a contar mais de 40 pássaros pousando ao mesmo tempo no quintal da casa onde moram, no Bairro Carandá Bosque, em Campo Grande. Fica lá o reduto particular que lembra a época em que o casal Miriam e Israel morava na antiga Fazenda Itamaraty, em Ponta Porã, hoje um assentamento na faixa de fronteira com o Paraguai.
Conta a filha Ana, que atualmente mora junto deles, que o pai pilotava máquina e avião agrícola. "Jogava do alto as sementes para plantar". Ela era criança quando a família veio para Campo Grande.
Eles moram no endereço atual há 15 anos. Estão numa região que é próxima de áreas verdes como Parque Sóter, o Parque das Nações Indígenas e a Reserva Estadual do Prosa, no Parque dos Poderes, onde centenas de espécies com asas já foram catalogadas – o que favorece a convivência com a passarinhada.
Árvores - Além da palmeira adorada pelas araras, as espécies de árvores plantadas no quintal que mais atraem os pássaros são a pata-de-vaca e a jabuticabeira, observa Ana.
Há outras que dão frutos e são também disputadas pelos pássaros. Fora isso, tem ainda as plantas que ajudam a dar sabor na cozinha da família, como o salsão e a cebolinha, por exemplo.
Maior paz - Antes deles se mudarem para lá, o quintal não era tão verde. "Foi tudo plantado pelos meus pais para não sentirem tanta falta da fazenda", fala a filha. Ela tem irmãos que não moram mais com os pais, mas aproveitam bem o espaço durante as visitas.
A moradora tem 30 anos, é turismóloga e já viveu em Bonito e no Pantanal para ficar mais próxima do trabalho. O quintal verde dos pais a ajuda a se sentir ainda próxima à natureza, afirma.
"Essa paz de acordar todos os dias tentando descobrir pelo som qual pássaro está cantando, é uma coisa maravilhosa. Fico tirando foto, faço vídeos e a cada dia a gente se surpreende mais com as cores dos passarinhos, com uma espécie diferente que aparece. É bom demais", fala Ana.
Mais fotos da turismóloga:
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