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Diversão

De príncipe a arara, dá para conhecer mais de 400 aves sem sair da Capital

Unindo roteiros e dicas, é possível mergulhar em nova prática com os olhos e ouvidos

Por Aletheya Alves | 17/10/2023 07:31
Arara-canindé registrada no bairro Jóquei Clube. (Foto: Henrique Kawaminami)
Arara-canindé registrada no bairro Jóquei Clube. (Foto: Henrique Kawaminami)

Olhando pela janela, ouvindo os barulhos no quintal e passeando pelas áreas verdes é possível conhecer mais de 400 espécies de aves sem nem sair de Campo Grande. Declarada como a Capital do turismo de observação de aves, a cidade possui roteiros para se conectar com a natureza e os animais, reunindo desde príncipes até araras.

Para se ter ideia da variedade de aves que circulam pela cidade, as espécies somam quase metade do total registrado no Cerrado, como apontam Simone Mamede e Maristela Benites em artigo sobre a observação de aves. E, ainda de acordo com as autoras, o destaque também deve ser focado na qualidade e acessibilidade de áreas verdes.

Unindo a grande quantidade de aves à facilidade do contato com elas, o birdwatching ou observação de pássaros tem ganhado espaço por aqui. Caracterizada como uma prática que integra o turismo de natureza, a observação envolve tanto “olhar” os animais de vários modos, incluindo com os ouvidos.

No estudo produzido por Simone e Maristela, em 30 hotspots, lugares propícios para a observação, é possível ver mais de 100 espécies em cada um deles. Compondo a lista estão locais como a Praça Itanhangá, canteiro da Avenida Afonso Pena, Parque Ecológico do Sóter e Parque das Nações Indígenas.

Já na listagem de pássaros, há aves como arara-canindé, príncipe, rapazinho-do-chaco, falcão-peregrino e periquitão (clique aqui para acessar o texto completo).

Pássaro é conhecido como Joãozinho Casamenteio, Príncipe e Verão. (Foto: Juliano Almeida)
Pássaro é conhecido como Joãozinho Casamenteio, Príncipe e Verão. (Foto: Juliano Almeida)

Dicas para observação

No guia produzido por Maristela Benites, Simone Mamede, Francisco Severo Neto, Maria Antonietta Castro Pivatto, Fernando Fontoura, Hiroya Hattori e Iêda Maria Novaes Ilha há fotografias de 250 espécies com descrições que podem auxiliar nas observações (confira o livro completo aqui).

E, por se tratar de um material educativo, há também textos explicativos sobre o cenário de Campo Grande, os formatos dos corpos das famílias de aves e dicas. De acordo com os autores, devido à nossa cidade ainda possuir características interioranas, conseguimos manter muitas áreas naturais nativas.

“Para observar a vida silvestre em Campo Grande não precisa ir longe, basta percebê-la. [...] Um cidadão, apressado para o trabalho, caminha por entre ruas e avenidas da cidade quando é interrompido por algazarra tão forte que congela o instante: um bando de araras-canindés vestidas de amarelo e azul voa entre um ipê e outro na grande avenida. Logo adiante, periquitões-maracanãs e periquitos-de-encontro-amarelo atravessam o ar procurando os coquinhos da bocaiúva. No gramado, o casal de quero-quero disputa espaço com as curicacas, joãos-de-barro, sabiás e pica-paus-do-campo. Assim amanhece Campo Grande, a cidade das aves”, descrevem os praticantes.

Coruja-buraqueira é uma das espécies que podem ser observadas em Campo Grande. (Foto: Juliano Almeida)
Coruja-buraqueira é uma das espécies que podem ser observadas em Campo Grande. (Foto: Juliano Almeida)

Entre as dicas para quem quiser começar de forma simples está o ato de observar o próprio quintal de casa. Conforme pontuado pelo guia, a maioria das aves são diurnas, ou seja, estão mais ativas no início e durante o final do dia.

Já na etapa de observação, é importante evitar ruídos excessivos enquanto se conversa ou caminha. “E preste atenção aos seus detalhes: cores das penas, forma e tamanho do corpo, cor e tamanho do bicho, local em que foi observado e o comportamento da ave”.

Caso a prática seja feita em áreas verdes é necessário se atentar a outros detalhes, já que os hotspots, locais mais favoráveis para observação, costumam ser nesses pontos. Primeiro, é bom evitar ir sozinho, mas também é necessário não ir em grupos grandes para não estressar os animais.

Outro ponto indicado no guia é que a cor da roupa importa muito, “deve se harmonizar com o ambiente, ou seja, evite usar roupas totalmente brancas ou aquelas de cores fortes que lhe deixem muito visível aos animais”.

Veja abaixo hotspots, locais favoráveis para a observação, em Campo Grande:

Mapa adaptado do artigo "Identificação e mapeamento de hotspots para observação de aves". (Foto: Reprodução/PMCG)
Mapa adaptado do artigo "Identificação e mapeamento de hotspots para observação de aves". (Foto: Reprodução/PMCG)

Além de poder iniciar a prática amadora sozinho, também há em Campo Grande empresas que realizam roteiros de observação de aves. Entre as indicadas pela Prefeitura estão a Eecoo sustentabilidade, disponível no número (67) 98115-4782, Instituto Arara Azul no número (67) 99943-4676, Instituto Mamede de Pesquisa Ambiental e Ecoturismo no número (67) 99961-5708.

Na lista, ainda há Vitinho Birdwatching Tours, disponível no número (67) 99926-0643 e Icterus Ecoturismo e Expedições no (67) 99673-4647.

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