Prinny 1 e 2 chegam ao Nintendo Switch com desafio e bom humor
Disgaea é uma franquia japonesa de jogos de RPG tático e teve sua estréia no Playstation 2 em 2003 com o título Disgaea: Hour of Darkness. O jogo foi bem recebido e chegou a ganhar prêmios e boas recomendações. Entre as criaturas mais importantes e engraçadas do jogo estão os Prinnys.
Prinny é uma pequena criatura azul semelhante a um pinguim e com pequenas asas de morcego. São famosos por explodirem ao serem arremessados, o que é uma mecânica de jogo na série Disgaea. Um Prinny é um demônio de um ser que foi um bandido ou fez muitas maldades na vida e estão condenados a permanecer nessa forma demoníaca, trabalhando muito até pagarem por tudo que fizeram em vida. Embora essa premissa pareça algo sério e macabro, são criaturas caricatas e engraçadas, assim como todos os personagens dos jogos.
E nesses títulos próprios dessas criaturas engraçadas, “Prinny 1: Can I Really Be the Hero?” e “Prinny 2: Dawn of Operation Panties, Dood!”, o jogador controla um Prinny que ganhou uma missão específica em cada jogo, dadas pela personagem, também demoníanca, Etna.
Originalmente lançado em 2008 para PSP, no primeiro jogo, a Ultra Sobremesa da Etna desaparece e ela fica louca da vida. Chama os Prinny a fim de tentar solucionar o problema e nomeia um deles para a missão de encontrar todos os ingredientes para a nova Ultra Sobremesa. E o Prinny que o jogador passará a controlar ganha um cachecol, que simboliza a quantidade de dano que o jogador pode sofrer, são três. Segue o velho conceito de life que muitos jogos representam graficamente com um coraçãozinho. E para enfrentar os inimigos, o Prinny está armado com duas espadas.
O jogador conta com 1000 vidas para cumprir sua jornada. Isso mesmo, MIL vidas!
A dificuldade do jogo é alta e dependendo do tempo que se conclui um determinado estágio, incluindo o combate do chefão, será a classificação que o jogador vai ganhar no final do mesmo. A classificação de cada estágio pode afetar o ganho de algumas recompensas. E alguns chefes são bem chatos de vencer, perdendo-se muito tempo e vidas nessas lutas.
O jogo em si é um estilo de ação em plataforma 2D com gráficos de cenário 3D. Aparentemente a versão de Switch sofreu apenas uma atualização na resolução do jogo, mas que continua com os gráficos e jogabilidade como eram no saudoso portátil da Sony.
A jogabilidade de combate com o personagem é boa, os “hit boxes” são justos e a mecânica de colisão funciona como esperado. O ponto fraco fica a cargo do pulo. Ele é “quadrado”, sem muito controle e até se acostumar com ele vai se perder algumas vidas nas plataformas, inimigos voadores e abismos. O pulo duplo ajuda numa emergência para mudança de posição no ar, aquela correção básica de rumo, mas também sem muita precisão. Dentre os movimentos de combate, além do ataque padrão com as espadas, o Prinny pode dar um “pulo de bundada” para atordoar os inimigos e chefões e emendar um combo de ataques logo em seguida. Ainda conta com um ataque muito útil no ar, com pulo e espadada que pode atingir os inimigos a uma distância razoável.
Uma barra de Combo situa-se na parte inferior da tela que é preenchida conforme o Prinny ataca seus inimigos, liberando alguns bônus ao completá-la como pontos, golpes mais fortes ou um cachecol extra. A dica aqui é usar o atordoamento do pulo de bundada para golpear os inimigos, a barra de combo cresce mais rápida.
Alguns pontos lembram os saudosos “Castlevania” e “Ninja Gaiden” do NES, jogos que viraram referências em muitos aspectos no estilo plataforma. A mecânica de quando se é atingido é aquela adorada por muitos jogadores, aquele pulo forçado oposto ao ataque, que te joga contra outros inimigos ou em buracos. Esse é um dos pontos que aumenta a dificuldade das aventuras.
As mil vidas ajudam no aprendizado do jogador, uma vez que dá a chance de várias mortes para decorar e aprender as mecânicas de cada trecho dos estágios, inimigos e chefões. Importante sempre estar assegurando os checkpoints para não ter que voltar lá atrás das fases quando se morre. E há um drama relativamente grande em relação às plataformas em estágios como “Death´s Watchtower” por exemplo, que vai evoluir para os estágios subsequentes.
Outra mecânica interessante, estilo “Metal Slug”, é a possibilidade de usar veículos durante os estágios – daquele jeitão de pular dentro. De tanques a naves, os veículos possuem características próprias de tiro, movimento e resistência.
A trilha sonora é vibrante e bem desenvolvida, mas ao ficar preso muito tempo num estágio as músicas vão começar a se tornar irritantes e vai ser mais um motivo para vencer a etapa para se livrar dela.
O segundo jogo, “Prinny 2 – Dawn of Operation Panties, Dood”, segue as mesmas características do primeiro. A história gira em torno do roubo das roupas de baixo da Etna (as calcinhas mesmo). E aí novamente ele convoca os Prinnys para tirar satisfação e eleger um deles para a missão de recuperar a calcinha.
Estilo do jogo, gráficos, jogabilidade e trilha sonora caminham idênticos ao do primeiro título. É uma continuação muito fiel e parece que ainda é o mesmo jogo quando se joga um em seguida do outro. Mantém toda a dificuldade, beleza gráfica e diversão.
No fim das contas, são jogos para quem é fã do universo Disgaea e quem gosta de aventuras de plataforma com uma relativa dificuldade elevada. O jogo foi bem portado para o Nintendo Switch e é um bom companheiro para jogatinas portáteis.
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