Quer RPG japonês? Leia a nossa análise de The Alliance Alive HD remaster
Após o lançamento de The Legend of Legacy em 2015, seu criador Masataka Matsuura pensou em seu próximo projeto. Por muitas vezes uma sequência para o jogo em si foi pensada porém ele queria algo novo e com mais profundidade para seus personagens, assim acabou surgindo pouco a pouco os conceitos de The Alliance Alive.
Originalmente criado para o Nintendo 3DS e desenvolvido pela Cattle Call com a ajuda de Grezzo e FuRyu, The Alliance Alive foi lançado mundialmente em 2018. Após pouca visibilidade e vendas no geral aquém do esperado, o estúdio decidiu portar o título para Switch, PS4 e PCs. Assim veio em Outubro de 2019 The Alliance Alive HD Remastered.
Ao começar o jogo somos recebidos com uma breve introdução aos seus acontecimentos históricos, contando que há mil anos atrás o mundo dos humanos foi invadido por Daemons que viram a energia caótica como ameaça. A partir daí eles passaram a tratar os humanos como escravos e criaram uma grande barreira chamada de Dark Current para separar os reinos gerando um grande tumulto sobre a Terra. Como resultado também houve caos e mudanças climáticas inesperadas em diferentes reinos. Alguns Daemons reinaram em lugares específicos como Rain Realm, Burning Realm, Caged Realm, Snow Realm e Crystal Realm.
Os sobreviventes ou foram presos, escravizados, ou passaram a viver em pequenas vilas sobre o comando dos seus Lords Daemons que os proíbem de cruzar os mares e ultrapassar a Dark Current para outras áreas, mas isso não é suficiente para apagar a chama que aos poucos cresce formando uma pequena rebelião. Você, o protagonista, com sua sua party conhecem personagens de diferentes áreas e reinos se tornando cada vez mais fortes para vencer os Daemons, contando com a ajuda de pequenas guildas que lhe dão suporte, medicamentos e até ajudam em suas batalhas se estiver pelas proximidades.
Mas tudo isso ajuda em sua jogabilidade? Logo no início da aventura já surge um pequeno manual em sua tela ensinando todos os comando e possibilidades, não é algo ruim, porém o jogo em si faz você repetir tudo mesmo assim fazendo você questionar os motivos dessa repetição. Ao explorar o mapa e visitar algumas localizações nas proximidades você passa a admirar a atmosfera ao seu redor, pois ao começar em Rain Realm com seu vasto número de personagens para interagir, a chuva caindo e a ótima trilha sonora composta por Masashi Hamauzu já é o suficiente para qualquer amante de uma ambientação mais calma se apaixonar.
Na batalha você dá de cara com os atributos clássicos de qualquer RPG: ataque, defesa, e principalmente os status. Cada personagem tem direito a duas armas, e cabe a você decidir se serão para ataque, defesa ou suporte, já que cada um dos guerreiros podem se adaptar a novas ferramentas e posições em combate, o que inclui também as suas formações no qual podem ser 100% customizadas para o que o jogador achar melhor.
As guildas têm um grande papel em suas batalhas, cada uma auxilia dando um ataque diferente contra os inimigos. Algumas lançam um raio dos céus causando dano, outras expõem as fraquezas da equipe adversária fazendo sua defesa cair, o único ponto ruim nesse tipo de auxílio é que ele não tem momento certo para acontecer, o que pode atrapalhar um pouco sua estratégia caso sua equipe esteja enfraquecida e você esteja precisando de um ataque poderoso para se salvar.
Isso também é refletido em seus personagens, mesmo cada um tendo a possibilidade de usar novas armas e habilidades em suas batalhas, eles aprendem novos ataques com o tempo ou a cada vez que você sobe de nível o que pode ser muito útil. O único problema deste tipo de evolução e que é durante a fase de ataque você não sabe qual golpe eles vão aprender, então se você fez um ataque coordenado e depende de todos os personagens seguindo o que lhe foi comandado às vezes você pode ter um contratempo com um membro de sua equipe aprendendo uma nova técnica e a usando automaticamente em campo quebrando a sua estratégia.
Mesmo com seus altos e baixos é fácil ignorar os pontos ruins, pois ao se tratar de uma versão remasterizada de um jogo de Nintendo 3DS é muito visível a diferença, as realms são muito bem detalhadas, cada uma com seu charme. As guildas e trilha sonora servem para ajudar na atmosfera do local fazendo a experiência se tornar única a cada nova área a ser explorada. os diálogos são muito bem escritos, os designs são memoráveis e falam muito da personalidade de cada personagem, o que inclui várias cenas de humor, drama e até suspense a cada nova descoberta.
The Alliance Alive HD Remaster de fato é um jogo curioso, ao mesmo tempo que nele há muitas coisas familiares com diversos títulos do mesmo gênero, ele ainda tem muitas novidades a oferecer deixando assim fácil para veteranos se adaptarem e ao mesmo tempo ser fácil para pessoas novas no gênero se divertirem ajudando assim a todos a fazerem parte desta grandiosa revolução. Jogue sem medo.
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