Mulher faz bazar onde todo mundo pode levar de graça para casa o que gostar
Neste final de ano, durante uma daquelas faxinas que a gente faz no guarda-roupa, a turismóloga Clélia da Cruz Souza, de 43 anos, encontrou um monte de peças em desuso e pensou: Porque não doar? Chamou algumas amigas, pediu que fizessem o mesmo, montou uma campanha no Facebook convidando desconhecidos e, movida pela solidariedade, resolveu fazer um bazar beneficente neste natal.
Seria mais um, a exemplo de vários que acontecem em Campo Grande, não fosse o fato dos produtos arrecadados por ela estarem disponíveis ao novo dono de graça. Isso mesmo. De graça. Foi assim, de um jeito inusitado, que a mulher resolveu agradecer pelo ano ano que está indo embora. “Apesar de todas as adversidades eu estou viva”.
Ela diz isso porque, em 2012, durante a comemoração da torcida do Corinthians por conta da conquista na Libertadores, levou um tiro de bala de borracha na mão direita, sofreu fratura exposta e teve de ser afastada do serviço. “Já passei por três cirurgias. Estou usando uma órtese. Agora que começou a ter as primeiras melhoras”, contou.
Como funciona? - Problemas à parte. Cléia volta ao que interessa e explica que todas as doações serão colocadas na frente da casa dela, na calçada mesmo. Para eliminar qualquer dúvida e deixar claro que o bazar não terá lucro nem para a organizadora, nem para quem praticou o desapego, a turismóloga pediu para confeccionar uma faixa com os seguintes dizeres: "Bazar Solidário: veja o que te serve e leve de graça".
Em menos de um mês, desde que a ideia foi posta em prática, vários produtos foram recebidos. Como não tem carro, a mulher saiu para buscar as “sacoladas” na própria moto. Nesta sexta-feira (20), por exemplo, como a arrecadação foi “gorda” precisou da ajuda de uma amiga, que tem o veículo maior. “Tem roupas, calçados, acessórios, brinquedos, coisas novas e usadas”, contou.
Tudo o que estiver em boas condições de uso será posto na rua. Alguns colegas, quando souberam da ação, chegaram a sugerir que a mulher vendesse, por R$ 1,00 ou, pelo menos, R$ 50,00 cada item, mas a Clélia não aceitou. “A intenção não é essa. Queria dividir o que tenho em casa e chamar outras pessoas para isso também”, explicou.
Serviço – O bazar organizado por Clélia será realizado neste domingo (22), das 8h às 13h, em frente à casa dela, na Avenida Tamandaré, 3899, bairro São Francisco (após a rotatória que dá acesso à UCDB).