Além de vender esfirra, Loret lê borra de café para ajudar os clientes
Proprietária praticava a cafeomancia somente entre amigos e hoje, atende outras pessoas
A esfiharia Du’Sheik seria só mais uma entre as diversas abertas na cidade, mas a proprietária do local é uma mulher singular que faz leitura da borra de café. Filha de pais libaneses, Loret Tawil, 49 anos, aprendeu a cafeomancia com a sogra e outros familiares.
Há mais de cinco anos, ela tem o costume de ler para amigos, parentes e pessoas próximas. O atendimento ao público começou em 2019, mesmo período em que abriu o estabelecimento. “Desde que abri o Sheik, lia para os amigos, eles foram comentando e o pessoal começou a vir aqui pedir. Eu cobro um valor simbólico que é o café, o doce árabe e o meu tempo”, explica.
Para todo mundo que chega, Loret faz o questionamento que define o decorrer da consulta. “Eu sempre pergunto: o que te trouxe aqui para a leitura? Porque curiosidade não basta”, conta. Nas sessões, o cliente bebe o café especial árabe, que é moído com a semente de cardamomo. O aroma da semente afrodisíaca faz o cliente relaxar e refletir. “Você tem que beber e pensar”, enfatiza.
Atendendo com hora marcada, ela recebe os clientes na esfiharia no período da tarde. É no ambiente que o cliente toma o café árabe e experimenta um doce amanteigado e recheado com tâmaras. A leitura da borra envolve diversos detalhes e até a xícara apresenta um formato específico. “Ela é aberta, porque o seu pensamento sai, e dividida em três. O centro da xícara é você, mostra sua personalidade e estado de espírito”, fala.
Na cafeomancia, a empresária explica que as xícaras seguem um sistema entre passado e futuro. “Ela mostra sete dias para trás e sete dias para frente. O lado esquerdo é o seu lado sentimental, familiar, social, tudo que está ligado a emoções. O lado direito já é material, financeiro, projeto, sonhos, tudo o que você pode fazer na prática”, ressalta.
Na borra do café, Loret já conseguiu ver figuras com formatos variados e de diferentes significados. “Tem muitos símbolos, por exemplo, letras, animais, cruz, anjo e pessoas. O peixe é dinheiro, andorinha é mudança, cavalo é amigo”, diz.
Cada leitura leva uma hora para ser concluída, pois são várias etapas envolvidas, “Não é só ler, porque você começa o fio, vai para o teu lado emocional, profissional e passeia por um todo”, garante.
Apesar de gostar da atividade, a advogada comenta que não tem pretensão de fazer o ato virar um negócio. “Eu respeito muito isso, não levo como brincadeira e não queria que isso virasse um comércio. Estou tratando com o sentimento, vida e expectativa da pessoa”, enfatiza.
Através da cafeomancia, ela revela que se sente bem em poder ajudar os outros. “Todo mundo que tenho lido, tenho ajudado e conseguido superar as expectativas. “Eu fico feliz, as pessoas voltam, viram clientes, amigas e parece que as conheço há anos. Isso é muito interessante”, finaliza.
Consulta - A leitura do café custa R$100 e acontece diante de agendamento prévio. Os interessados podem entrar em contato através do (67) 3014-9000.
Além da leitura, o estabelecimento trabalha com mais de 30 sabores de esfihas, massas folhadas, tradicionais e integral. As opções de recheios incluem carne, bacon, frango, calabresa, homus, escarola, babaganouch, espinafre com ricota e coalhada seca. Para a sobremesa, tem esfihas de brigadeiro, beijinho, chocoball, dois amores, banana, doce de leite e canela.
A produção da esfiha é artesanal, sendo que a massa não leva ovo e leite. Preparada na hora, as tradicionais massas recheadas chegam quentinhas no prato.
A Du’Sheik está localizada na Rua Arthur Jorge, 760, Centro. O horário de funcionamento é de segunda a quinta, das 7h às 19h e sexta das 7h às 18h.
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