Casal largou profissão tradicional para ser feliz com cogumelo exótico
Hiratake salmão é cogumelo com leve sabor de frutos do mar
Tainá Péclat, de 36 anos, e Rodrigo de Figueiredo Gonçalves, de 41 anos, largaram as profissões para vender cogumelo exótico sabor frutos do mar na Capital. O fungo, chamado de hiratake salmão, não é tão popular mas é uma das grandes apostas da dupla. Ela, arqueóloga, e ele da construção civil, iniciaram uma aventura que deu mais do que certo.
Para começar, Rodrigo precisou fazer um curso com um amigo, em Corguinho. Em 2023 usou os conhecimentos do antigo trabalho para criar uma estufa na chácara onde mora com a esposa. O nome do negócio levou o nome do marido “Cogumelos do Queridão”. Segundo Tainá, a origem é devido ao Rodrigo ser muito querido pelos amigos e familiares.
Segundo ela, o hiratake está ficando mais conhecido aos poucos. Um dos atrativos da espécie é a cor "as pessoas se encantam pela tonalidade rosada e pelo sabor dele". Além do cogumelo salmão, o casal comercializa o shimeji branco, carro chefe da casa e o mais popular na culinária oriental, depois do shitake. O fungo também é bem aceito pelos brasileiros.
A escolha das espécies que o casal cultivaria foi feita de forma prática, levando em consideração quais se dariam bem com as condições climáticas do Centro-Oeste. O quilo do shimeji branco é vendido a R$48,50, já o hiratake a R$58,50.
“São dois tipos de cogumelos que se adaptam com muita facilidade ao nosso clima. Sendo cultivados em estufa, eles têm melhor rendimento. O hiratake salmão é de clima tropical, ele gosta de temperaturas mais quentes e menos úmidas. Deu muito certo por isso. Ele é mais fibroso e tem um leve sabor de frutos do mar. Fica muito bom em tortas, massas, refogados e até assado na churrasqueira”.
Juntos há dois anos e felizes com as conquistas, o casal vive o sonho de morar em uma chácara na cidade, cultivando plantas e entregando os cogumelos nas mãos dos clientes. Todo trabalho é feito apenas pelos dois. Para eles, o sentimento não poderia ser outro além de felicidade.
“Rodrigo subiu as paredes da estufa, fez a cobertura térmica e todas as instalações para a produção iniciar. Somos nós dois que fazemos todo o processo de produção, desde a coleta dos insumos, tratamento, pasteurização, inoculação, encubação, coleta, atendimento, venda e divulgação. E todo o material residual da produção é compostado”.
A procura pelos cogumelos segue em ritmo satisfatório para a dupla, que também expõe os fungos nas feiras de Campo Grande.
“Nós estamos trabalhando com o consumidor final, levamos até eles um produto fresco, de sabor e qualidade. Bem diferente dos que se encontram no mercado. Muitos clientes vêm de São Paulo, inclusive. Eles querem um produto fresco, recém colhido e com boa aparência”, ressalta Tainá.
Armazenamento
A arqueóloga explica que a forma de armazenar o cogumelo vai determinar a durabilidade. Naturalmente, eles duram até sete dias se refrigerados e envoltos em papel toalha. Também há a opção de branquear o fungo e congelar, ou seja, refogar no azeite, deixando ele pré-cozido e depois dar um 'choque' em água gelada antes de congelá-lo.
Além do valor nutricional dos cogumelos, as espécies têm grandes benefícios para a saúde, sendo proteicos, com baixa caloria, com vitamina, cálcio, fósforo e fibras.
“Estamos muito felizes e motivados. Primeiro por podermos trabalhar com um alimento tão saudável. Por podermos trabalhar em casa, na chácara. Porque gostamos muito desse contato com a natureza. Estamos vivendo da venda de cogumelos, tanto eu quanto o Rodrigo nos dedicamos a isso”.
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