Para preparar e comer com calma, chefs fazem o 1º Mercado de Garagem
No clima de encontro entre amigos, a garagem serviu para o 1º Mercado Slow Food em Campo Grande na noite de quarta-feira. Chefs que consideram a comida artesanal algo muito melhor que o fast food mostraram alguns pratos respeitando 3 fatores: comida boa: saborosa, que valorize elementos regionais e brasileiros; limpa: que não tenha o uso de agrotóxicos; e justa: que o produtor tenha uma remuneração condizente com o seu trabalho.
O evento foi experimental, mas os resultados agradou. Ainda não se sabe qual será o intervalo de tempo entre os Mercados de Garagem, mas a ideia é de que ele seja itinerante e cada vez aconteça na casa de um associado. “O Slow Food é solto, mas cada vez que o grupo decide se reunir a gente promove alguma ação para que as pessoas possam conhecer melhor o movimento”, comenta Cláudia Girelli, uma das organizadoras.
Os chefs ofereceram sushis, sashimis, cupcakes, pães e bolos integrais, queijos de cabra... Paulo Machado, do Instituto de Pesquisa que leva o seu nome, investiu no feijão tropeiro, mas com sabor diferente: com gengibre, bacon e pimenta mexicana chipotle.
O detalhe também está na origem de alguns ingredientes. O colorau, por exemplo, foi produzido por uma família de Bataguassu e o sal de ervas veio de Bonito. “O importante é valorizar os produtos e os produtores regionais e explorar as possibilidades gastronômicas dos ingredientes”, reforça.
A chef Camila Lanfredi Beiersdorf, de 33 anos, levou para a degustação um nhoque de massa de mandioca, com linhaça e molho de abóbora cabotia e carne seca. Ela adorou o evento que classificou como uma rica experiência. “É a possibilidade de você trocar informações e conhecer parceiros”, afirma.
Quem participou pela primeira vez de um evento do tipo diz que vai voltar. “Vim conhecer a convite da Cláudia e achei muito legal. É uma oportunidade da gente saber o que tem sido feito de diferente em Campo Grande”, comenta Raquel Camilo, de 53 anos.
A advogada Liana Weber, de 26, já conhecia o movimento, mas desta vez viu de perto o resultado. “Eu sempre adorei a proposta e fiquei encantada com as coisas que eu encontrei aqui, os produtos são mais naturais e as pessoas têm respeito pelo alimento. Não é só comer, é aproveitar esse momento junto, conversar” elogia.
Na Capital, o movimento é novo. O grupo Slow Food Convivium Campo Grande foi criado há cerca de um ano para divulgar esse debate. “É muito simples, se trata de um compromisso com o alimento. Resgatar valores de se sentar a mesa e comer com prazer. Ter o gosto por fazer a sua própria comida e valorizar os ingredientes regionais e da terra”, explica a consultora gastronômica Magda Moraes, 53 anos, líder do movimento em Campo Grande .
Ela reforça que a participação é aberta a qualquer pessoa que se identifique e não apenas para quem trabalha com Gastronomia.
Porém, para pertencer ao Slow Food Convivium Campo Grande é necessário pagar anuidade. O valor é simbólico, apenas para sustentar os eventos promovidos pelo grupo. Estudante e pessoas de baixa renda pagam R$ 25,00, uma pessoa paga R$ 50,00 e o casal paga R$ 75,00. Só podem se filiar pessoas físicas.