Quando Aniele precisou de cuidados especiais, família viu na Cuca um recomeço
Aniele tem 11 anos, cabelos castanhos quase louros e um apego enorme pelo pai. Com duas síndromes raras diagnosticadas, a de Sturge-Weber e de Klippel-Trenaunay-Weber, ela tem dificuldades psicomotoras que se tornaram mais agressivas no último ano. Entre internações e uma luta constante para descobrir o medicamento correto, os pais precisaram se desdobrar para seguir o caminho ao lado da pequena.
“As síndromes comprometem a linguagem, o entendimento, a parte motora. Ela nasceu assim e logo em seguida foi possível fazer o diagnóstico. Ela nasceu prematura e soubemos na hora do nascimento tudo isso, por que ela teve uma convulsão”, relembra o pai, Shileiden Paliza, 46 anos.
Hoje, ela faz questão de deitar ao lado dos pais para dormir, mas nos meses anteriores, precisou ser internada e contida para evitar que se machucasse. Com vários medicamentos prescritos, a situação se tornou insustentável ao ponto da família não saber mais o que fazer.
O jeito foi fechar o salão de cabeleireiro da mãe, Solange Blaszaqi, 45 anos e interromper as consultorias administrativas do pai, para que ambos se dedicassem em tempo integral aos cuidados de Aniele. “Os psiquiatras acharam por bem a internação. Ela ficou na cama, amarrada, retiraram todos os remédios. Foi um desastre. Um momento muito difícil das nossas vidas”, confessa.
Com a decisão de quem já passou por muito em pouco tempo, Shileiden e Solange optaram por seguir em frente com o tratamento da filha em casa. “Sempre tivemos altos e baixos, épocas de mais dificuldade, mas sempre foi passageiro. Ela começou a apresentar um comportamento muito diferente, rejeitava a escola, com coisas banais, de repente desandou, ficou abrupta, violenta, ao ponto de não reconhecer mais a mãe dela”, relembra.
O jeitinho carinhoso de encarar a vida se transformou. “Ela era muito carinhosa e mudou para ações violentas, com qualquer um que estivesse do lado dela e com ela mesma. Mordia as mãos, batia a cabeça, puxava os cabelos, ela estava em uma situação muito difícil, tivemos que parar com tudo, com todos os medicamentos”, diz Shileiden.
Com a rotina totalmente alterada e os pensamentos na filha e no outro garoto da família, Breno, de 8 anos, os pais sucumbiram ao cansaço. Viram na dedicação em tempo integral uma saída para salvar Aniele. “Ela ficou duas semanas no hospital e mais algumas em casa. Aos poucos voltou a caminhar, ainda com muita dificuldade, antes ela só dormia ou chorava”.
Sem as clientelas do salão e as consultorias que antes ajudavam no sustento, os pais de Aniele precisaram pensar rápido em uma solução. A resposta chegou na receita da família de Solange, uma cuca alemã macia, com recheios doces e salgados.
“Tem as doces tradicionais, de uva, goiabada, doce de leite, banana, beijinho e brigadeiro. As salgadas tem calabresa, bacon, presunto e também produziu agora, a pedido de um cliente, carne seca com banana”, explica.
Além das cucas tradicionais, a família inventou o Cucatone, uma mistura natalina. Com o chocolate misturado a massa, a Cuca fica com um sabor suave e uma massa macia. A parte de cima é finalizada também com o doce, que faz a combinação original e nada atrás da prima de dezembro.
O preço é de R$ 10,00 as pequenas e R$ 12,00 as salgadas. Informações e encomendas pelo telefone (67) 99182-8869.