Sem miséria, buchada de bode é estrela principal de restaurante
José Carlos é quem prepara os pratos com um toque de amor e tempero do Nordeste
A relação dele com a cozinha e a culinária começou há mais de 30 anos e segue firme nos dias atuais. Dono do restaurante Farinha D’Água, José Carlos Vieira de Azevedo, 58 anos, encanta os clientes com um prato generoso e bem temperado, a buchada de bode.
O estabelecimento, embora tenha sido inaugurado no mês passado, carrega uma história de sucesso. José administrou o negócio durante uma década no Bairro Universitário, em Campo Grande. “Eu coloquei uns pratos típicos aqui da região como espetinho, yakisoba soba, mas também fazia buchada, rabada, galinhada. Depois, resolvi dar um tempo e fechei em 2006”, explica.
Durante a pandemia, ele retomou o negócio no sistema delivery, mas os clientes passaram a pedir pelo atendimento presencial. Depois de tantos pedidos, José resolveu que estava na hora de abrir novamente as portas do restaurante para receber o público.
Natural de Rondônia, o proprietário viveu uma parte da vida em Recife (PE), por isso, se considera mais nordestino que nortista. Carregando o tempero do Nordeste no coração, o chefe prepara a buchada de bode que demora cerca de 16 horas para ser finalizada. O prato é feito com miúdos, cebola roxa, pimenta do reino, pimentão, coentro, cominho, cebolinha. Os temperos são moídos na hora para ressaltar o sabor e aroma da refeição.
José garante que não tem nada de diferente na buchada que prepara, mas afirma que o truque é fazer com prazer. “Eu faço com muito gosto, não tem nada de especial, tem é amor, vontade, carinho. Pode ser qualquer coisa, um bife, um ovo, eu faço com amor”, enfatiza. No restaurante, a buchada vem com arroz e pirão e serve duas pessoas. O prato custa R$ 95,75.
Questionado se os visitantes costumam achar o prato diferente, ele responde que não. “Os meus clientes nordestinos, de família nordestina ou são pessoas que viajam para o Nordeste, conhecem a cultura e gostam. Eu já tenho uma clientela definida e não costumam estranhar”, enfatiza.
Além da buchada, o cardápio tem várias opções como frango ao molho pardo (R$95,75), rabada mineira com arroz, pirão e farofa (R$ 98,30), carne de sol na moranga (R$ 117,67), dobradinha com carne de sol, calabresa, bacon e feijão branco (R$ 94,25) e frango caipira com quiabo (R$ 97,15) e o arrumadinho de carne de sol e feijão de corda temperado com manteiga de garrafa (R$ 53,29).
O menu trabalha outros produtos especiais como o escabeche (R$ 110,70) e a moqueca (R$ 108) feitos com pintado e acompanhados com arroz, pirão e farofa. Quem quiser comer o pintado frito não passa vontade, pois o José também cozinha este prato por R$ 116,30. Já o peixe assado custa R$ 57,95.
Para garantir a autenticidade do sabor, os insumos utilizados saem do Nordeste e Norte. “A farinha que eu uso vem do Acre, a manteiga de garrafa e o feijão de corda são do Nordeste. Eu trago dessas regiões para não ter o problema de ser diferente, então, é o mesmo prato típico da região. Eu não gosto de fazer gambiarra e prefiro fazer uma coisa bem feita”, afirma.
O chefe explica que não tem miséria no espaço e que todos as refeições são capazes de servir duas pessoas, exceto o arrumadinho. “O nordestino não tem miséria, às vezes, você vai em restaurante, o prato não dá para dois ou sobra. Aqui, os pratos são para servir a vontade”, conta.
Agora, com o restaurante, José espera proporcionar um ambiente que seja aconchegante para os clientes. “A ideia é colocar umas redes aqui, porque depois que o pessoal comer, eles vão poder deitar e ficar à vontade. Aqui é para ser um prolongamento da casa da pessoa, onde ela possa se sentir feliz”, finaliza.
O restaurante Farinha D’Água está localizado na Avenida Presidente Vargas, 1403, Bairro Santo Amaro. O horário de funcionamento da janta é de quarta a sábado, das 19h às 22h30. Já para o almoço é sábado, domingo e feriado, das 11h às 14h30.
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