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Lado Rural

Boi gordo: “O golpe está aí!” Queda na B3 e pseudo problema sanitário

De tempos e tempos há uma tentativa de criar barreira econômica disfarçada de barreira sanitária

Fabiano Reis, especial para a coluna | 03/09/2021 11:00
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

“Preço do boi gordo na B3 cai para o menor patamar desde fevereiro com rumor sobre vaca louca”. Amigos o “golpe está aí e cai quem quer”. Começo a coluna no Lado Rural desta forma hoje. E vou comentar os resultados da indústria frigorífica exportadora em agosto, o melhor da história no volume, preço da tonelada e faturamento total.

Mas começo é com o assunto do momento, pois, acreditem, falar de mal da vaca louca no Brasil, como alguns estão tratando e tentando precificar (para baixo o preço do boi gordo) é uma atitude econômica. Entendam, toda essa movimentação e comentários sobre as baixas na Bolsa Brasileira, a B3, é só para causar uma adrenalina e baixar o preço do seu produto pecuarista, o gado pronto.

E quem é pecuarista sabe do que estou falando, já vimos esse filme três vezes com “vaca louca”. Outros três casos atípicos da doença (que nunca deram em nada e nem vão dar).

Pecuarista. Eu escrevia aqui há algumas semanas sobre frigoríficos ameaçando fechar (trazendo preocupação com calote), não exatamente por não ter gado pronto, mas sim por não quererem pagar o preço do boi gordo. Está assim em todos os estados.

Mal da vaca louca e boi em baixa na B3 é pura besteira. Uma situação atípica, que não causa nenhum problema sanitário, mas que calha com o momento da ponta compradora e agora tenta dar contornos para pressão baixista no mercado. Os fundamentos do mercado são os mesmos, não mudaram com a nova onda de falar de mal da vaca louca.

Bobagem mesmo.

Para se entender: o Brasil é considerado livre da doença e em mais de 20 anos desde a identificação da doença, tivemos três casos atípicos registrados, como escrevia acima, contraídos de forma isolada (animais velhos), e NENHUM caso clássico. O último caso foi em 2019 em uma vaca de corte de 17 anos, em Mato Grosso.

Mas o boi no mercado futuro caiu Fabiano? Sim. Caiu! Por quem é controlado? Ou tem maior operação? Por pecuarista é que não é! Faz o seguinte: não venda e não trave negócios, logo o entendimento correto vai predominar.

De tempos e tempos há uma tentativa de criar barreira econômica disfarçada de barreira sanitária, mas os pecuaristas, operadores de mercado, já estão muito maduros com este tipo de situação. Afinal, trata-se da mesma estratégia de sempre.

Um agosto para entrar para história

Amigos, o volume embarcado pela indústria brasileira exportadora de carne bovina em agosto de 2021 foi excepcional. Favorecido pela redução das atividades no mercado internacional pela Austrália e a Argentina meio fora da jogada, as vendas ao exterior totalizaram um inédito 181 mil e 600 toneladas. O maior volume para um único mês de todos os tempos.

Os preços médios em agosto ficaram em US$ 5.679,7 mil por tonelada, na qual teve uma alta de 41,73% frente aos dados divulgados em agosto de 2020, que tinham valor médio de US$ 4.007,4 mil por tonelada.

Mas amigos, mas o faturamento da indústria frigorífica exportadora de carne bovina chegou a US$ 1.031.466,3 bilhão em agosto deste ano, o maior da história, 57,70% superior ao comercializado durante o mês de agosto do ano anterior (US$ 654.098 milhões).

E, pecuarista, isto aconteceu em agosto de 2021, mês no qual o setor industrial buscou exercer a maior pressão possível sobre a ponta produtora e o pecuarista, na situação de ter pouca pastagem disponível, por estratégia, até vendeu animais mais leves.

Fabiano Reis | jornalista, mestre em Produção e Gestão Agroindustrial

Facebook e Instagram: @Fabianosreis

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