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Lado Rural

Com maior oferta, preço do eucalipto e da celulose se estabiliza

Mato Grosso do Sul tem quase 1,5 milhão de hectares de eucalipto, espalhados por 72 municípios

Por José Roberto dos Santos | 03/01/2025 15:10
Carga de celulose é movimentada em depósito de fábrica em MS, para ser exportada. ((Foto: Arquivo/Semadesc)
Carga de celulose é movimentada em depósito de fábrica em MS, para ser exportada. ((Foto: Arquivo/Semadesc)

O preço médio da madeira de eucalipto clonal, comercializada na modalidade árvore em pé com casca, tendo como base a região de Campo Grande a Três Lagoas (MS), fechou o mês de novembro de 2024 em R$ 137,47 o metro cúbico, apresentando estabilidade em relação ao preço médio de agosto do mesmo ano. Aparentemente parece haver uma acomodação no mercado de madeira de eucalipto. O anúncio de uma nova fábrica de celulose em Água Clara (MS), pode influenciar no preço da madeira nos próximos meses.

RESUMO

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Em novembro de 2024, o preço médio da madeira de eucalipto clonal em Mato Grosso do Sul se manteve estável, enquanto a celulose de fibra curta apresentou uma leve alta de 9% em relação ao ano anterior, após um aumento significativo em 2023. A Suzano iniciou operações que devem adicionar 2,55 milhões de toneladas anuais de celulose ao mercado, influenciando os preços que, após um pico em junho, começaram a recuar. As exportações florestais do estado alcançaram US$ 2,145 bilhões, com a China sendo o principal destino, representando 54,5% do faturamento. No entanto, os preços da celulose estão em queda, especialmente na Europa, onde a oferta supera a demanda.

A análise é do Boletim Casa Rural – Florestas Plantadas, de dezembro/2024, elaborado pelo Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul).

Preço da celulose também estabiliza

No setor de produtos florestais, segundo reportagem desta sexta-feira (3) no jornal Valor Econômico, após acumular alta de quase 26% em 2023 no mercado chinês, os preços da celulose de fibra curta (BHKP) estagnaram em 2024, subindo em média quase 9% frente ao mesmo período do ano anterior, de acordo com séries históricas da Fastmarkets RISI, consultoria especializada em indicadores de preços e análises do setor florestal.

As correções foram impulsionadas, segundo o jornal, principalmente, pela entrada de novos volumes no mercado. Em julho, a Suzano deu início às operações do Projeto Cerrado, em Ribas do Rio Pardo (MS), que vai adicionar 2,55 milhões de toneladas anuais de celulose de eucalipto no mercado. A estimativa para 2024 era produzir 900 mil toneladas na unidade, com vendas de 700 mil toneladas.

O ponto é que o comportamento dos preços ao longo de 2024 não foi linear. Após subirem quase 16% ao longo do primeiro semestre – alcançando o pico de US$ 745 por tonelada na China em junho – os valores foram recuando desde então.

Considerando o faturamento, segundo o boletim Casa Rural, a celulose foi o produto florestal mais exportado por Mato Grosso do Sul em 2024, entre janeiro e outubro, com participação de 98,89%. O segundo lugar ficou para papel com 1,01% e madeira com 0,10%. O total das exportações florestais chegou a US$ 2,145 bilhões, valor 79,7% maior que os US$ 1,193 bilhão exportados no mesmo período do ano anterior.

Nos primeiros dez meses de 2024, a China foi o destino de mais da metade dos produtos florestais de Mato Grosso do Sul. O país asiático teve uma participação de 54,5% no faturamento para um volume superior a 2,08 milhões de toneladas. O segundo posto foi ocupado pela Itália com participação de 8,7%, seguido pelos Países Baixos igualmente com 8,7%. Nesses primeiros dez meses do ano, os produtos florestais locais foram exportados para 49 países, gerando uma receita de US$ 2,145 bilhões para um volume exportado de 3,748 milhões de toneladas.

Gráfico mostra os destinos dos produtos florestais de MS. (Fonte: SECEX, 2024. Elaboração: DETEC/Sistema Famasul).
Gráfico mostra os destinos dos produtos florestais de MS. (Fonte: SECEX, 2024. Elaboração: DETEC/Sistema Famasul).

Preço da celulose cai no mundo todo

A fase de baixa de preços da celulose continuou em outubro e novembro de 2024, em especial para os preços da tonelada de celulose de fibra curta (BHKP e BEK) e em especial na Europa. Neste continente, segundo artigo publicado na Revista Papel, pelo professor Carlos José Caetano Bacha, da Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz") há grande aumento da oferta desse produto em relação à sua demanda, em especial devido à tentativa de ofertantes em oferecem maiores volumes desses produtos na Europa, onde os preços listas são bem superiores aos praticados na China.

No entanto, diz ele, em final de outubro e no início de novembro, esse movimento levou a algumas negociações, na Europa, em que os preços praticados nas vendas domésticas momentâneas (mercado spot) implicou em valores, por tonelada de BEK, um pouco inferiores aos praticados na China. No mercado de celulose de fibra longa (NBSKP) há ainda tendência de queda de preços, mas em ritmos inferiores às reduções que ocorrem no mercado de celulose de fibra curta, em especial na Europa e na China.

Nos EUA continuam a ocorrer quedas dos preços da tonelada de NBSKP, mas em valores absolutos inferiores às quedas ocorridas na Europa, o que implica em aumento do gap de preços (em dólares) deste produto entre as duas regiões.

Florestas plantadas em MS

Há pouco mais de 1,45 milhão de hectares de eucalipto cultivados em 72 municípios. A maior concentração de áreas está na Costa Leste de Mato Grosso do Sul. Ribas do Rio Pardo é o município que apresenta maior área plantada, respondendo por 26,2%, seguido de Três Lagoas e Água Clara, com 20,8% e 11% respectivamente.

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