Delivery salvou produtores que evitam desperdício com entrega
Veja como pedir hortifrutis e derivados de leite agroecológicos, em cidades da região leste de MS
Colher hortifrútis e levar às feiras ou mercados toma tempo e gera desperdício, mas sempre foi o jeito mais simples para as famílias de pequenos produtores ganharem dinheiro no interior. Com a pandemia, eles tiveram que entrar na onda do delivery e perceberam que entregar tem mais vantagens do que imaginavam.
Em Mato Grosso do Sul, 58 famílias de oito comunidades rurais comemoram a marca de 140,6 toneladas de alimentos comercializados por delivery, nos últimos doze meses. Ao todo, eles conquistaram receita bruta de R$ 276,6 mil com mais de 17 mil cestas de alimentos agroecológicos comercializadas, com apoio de um programa da empresa de papel e celulose Suzano.
Os produtores continuam com o delivery mesmo após flexibilização das medidas restritivas impostas ao comércio. O negócio deu tão certo que a produtora de Três Lagoas Josefa de Oliveira Nascimento passou a oferecer também queijo, mussarela, requeijão, doce de leite e doce de frutas aos clientes, com o treinamento que recebeu pelo PDRT (Programa de Desenvolvimento Rural e Territorial).
“Quando fechou tudo não tinha um meio de vender. Foi muito difícil. Aí começamos com o delivery e os clientes viram uma forma segura de receber os alimentos em casa, porque nós seguimos todas as medidas de biossegurança. Mesmo depois da abertura do comércio, os clientes continuam pedindo e nós aumentamos as vendas”, comenta Josefa Nascimento, tesoureira da Associação dos Agricultores do Projeto Paulistinha, em Três Lagoas.
Boa parte da propaganda dos produtos, que são agroecológicos, vem do "boca a boca", segundo a integrante do Conselho Fiscal da Associação de Produtores do Assentamento São Joaquim, em Selvíria, Mauriley Alves dos Santos.
“As pessoas encomendam as cestas e nós colhemos de acordo com as vendas da semana. É mais prático para o consumidor, que não precisa ir até a feira escolher, e para nós, que colhemos somente o necessário, sem desperdícios”, comenta a agricultora.
As famílias de assentados receberam assistência técnica necessária para a montagem das cestas com os produtos, gestão e operacionalização da logística das entregas, segundo o coordenador de Desenvolvimento Social da Suzano em MS, Israel Batista Gabriel. “Agora, os produtores estão em um novo momento, o de fidelização desses clientes”, comenta o coordenador.
Como adquirir - O sistema de delivery está disponível em Três Lagoas, Santa Rita do Pardo e Selvíria, municípios do leste, que ficam a mais de 260 quilômetros da Capital. Os produtores atendem exclusivamente moradores destas cidades.
Em Três Lagoas, a comunidade 20 de Março recebe pedidos pelos telefones (67) 9 9 9350 9380 e (67) 9 9206 8208; no Pontal do Faia o contato é o (67) 9 9965 8030 e o projeto Paulistinha atende pelo (67) 9 9948 3427.
Em Santa Rita do Pardo, as cestas podem ser adquiridas pelos telefones (67) 9 9858 2276 ou (67) 9 9610 5096, na comunidade São Thomé.
No município de Selvíria, o delivery pode ser contratado pelo telefone (67) 9 9859 1265 do assentamento São Joaquim ou pelo (67) 9 9652 7260, do Alecrim.