Médico veterinário faz alerta para casos de mixomatose, doença rara do coelho
Neste mês, foram registrados os primeiros dez casos de confirmação clínica, mas que ainda passarão por exames
Já foram registrados este ano em Mato Grosso do Sul dez casos de mixomatose, a doença do coelho. O vírus, altamente contagioso, infecta coelhos domésticos e selvagens e possui alto índice de mortalidade entre os contaminados. No Estado, os casos foram registrados em uma única fazenda, em Terenos, a 31 quilômetros da Capital. A doença não infecta humanos.
Os registros foram feitos no início de maio. No intervalo de uma semana, a doença infectou três coelhos da fazenda e, no outro final de semana, infectou os outros sete. O médico veterinário Marco Túlio Grassio Leonel conta que foi chamado para atender os primeiros três coelhos que estavam doentes na Capital. A dona trouxe os animais de Terenos para serem examinados, mas eles faleceram durante o trajeto.
No consultório, o médico verificou os sintomas e lesões dos animais, fez o alerta para a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) e alertou a dona de que os outros animais da fazenda poderiam estar doentes também. No final de semana do dia 13, o médico foi à propriedade, uma vez que outros sete coelhos estavam com o mesmo sintoma. "Eu fui lá, fiz a eutanásia dos animas e os deixei congelados em Campo Grande para podermos coletar a amostra e enviar à Iagro", comentou o médico.
Segundo o veterinário, o diagnóstico, na visão dele, já está concluído, pois nenhuma doença deixa o animal no estado que a mixomatose provoca. O alerta é para que criadores de coelhos levem os animais ao veterinário frequentemente e se atentem aos sintomas, como conjuntivite ou lesões de pele, nódulos e inflamação na base das orelhas. Outras manifestações clínicas englobam febre leve, emagrecimento e a morte dentro de 4 a 8 dias após o surgimento dos primeiros sintomas.
A doença é considerada rara, e a transmissão ocorre através de picada de mosquitos e pulgas. De acordo com o presidente do CRMV-MS (Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul), Thiago Fraga, raramente a doença é transmitida por contato direto com animais infectados, mas quando ocorre é feito por via respiratória e secreção oculares, a conjuntivite. Ainda segundo o presidente do CRMV, a prevenção para doença se dá pelo controle de insetos.
A fiscal estadual agropecuária da Iagro, Márcia Arakaki, relata que essa é a primeira suspeita do caso em Mato Grosso do Sul, e que, apesar do diagnóstico clínico confirmado, amostras coletada pelo médico serão encaminhadas para um laboratório oficial do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para análise.
No Brasil, a imunização preventiva não é comercializada, devido ao baixo registro da doença. O médico veterinário que registrou os casos no Estado defende que a imunização entre para o calendário anual de vacinação da espécie. "Eu conversei com a coordenação técnica que é responsável pelo imunizante para tentar trazer para o Brasil, mas ainda não é uma realidade, apesar do interesse", comenta Marco.
A vacinação dos filhotes, a partir de um mês de idade, é a única forma de evitar, com o reforço semestralmente. Em caso de confirmação, a norma é eutanasiar os animais acometidos pela mixomatose e incinerar os cadáveres, bem como desinfectar todas as gaiolas e combater o mosquito, evitando que mais animais sejam contaminados.
Confira a galeria de fotos feitas pelo médico veterinário, com as lesões deixadas pela doença nos animais.
Confira a galeria de imagens: