Preço do leite melhora e MS fecha 2024 com 100,2 milhões de litros captados
Custo com ração aumenta 8%, mas grande inimigo do produtor local continua sendo a importação
A captação de leite em Mato Grosso do Sul, de janeiro a julho de 2024, totalizou 100,29 milhões de litros e foi 0,90% maior que o mesmo período de 2023 quando foram captados 99,4 milhões de litros de leite. Enquanto isso, o maior inimigo do produto nacional – as importações – entre janeiro e julho de 2024 somaram 145,4 mil toneladas, representando um aumento de 3,8% em relação às 140,1 mil importadas no mesmo período de 2023. Os números são do Boletim Casa Rural Bovinocultura de Leite, produzido pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS).
O boletim mostra que em julho de 2023 o leite foi entregue a R$ 2,27 o litro. Neste ano, em igual período, o produto melhorou 16,2% e foi comercializado pelos produtores a R$ 2,64 o litro. A explicação está na menor oferta do produto, diante da entressafra.
Segundo outro indicador, do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o preço do leite captado em junho na “Média Brasil” ficou em R$ 2,7524/litro – 3,25% maior que a registrada em junho do ano passado. Desde janeiro, o valor do leite pago ao produtor acumula avanço real de 32,1%. Apesar disso, a média real do primeiro semestre, de R$ 2,46/litro, ainda está 14,3% inferior à do mesmo período de 2023. Significa que o produto comercializado em MS ainda está abaixo da média nacional.
Pelo boletim da Famasul, foram levantadas informações de 1.181 produtores atendidos pela ATeG em Bovinocultura de Leite em MS. Desses, 61% comercializavam leite para indústrias e 39% produzem derivados lácteos. A média do preço do leite recebido por esses produtores foi de R$ 2,29. O produtor que recebeu melhor remuneração foi aquele que entregou acima de 300 litros/dia, que recebeu R$ 2,51.
Relação de troca
O resultado de julho de 2024 comparado ao mês anterior melhorou 6,2%. Porque houve valorização do preço médio do leite superior ao preço do farelo de soja. Em um ano a quantidade de leite necessária para adquirir a mistura (60 kg de milho e farelo de soja) aumentou 8,2%.
Cesta de lácteos registra queda
Mensalmente, a Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e a Secretaria de Fazenda de MS publicam o "Índice Leite MS", que tem por objetivo apresentar os últimos preços de referência dos principais produtos lácteos comercializados em Mato Grosso do Sul (leite spot, leite pasteurizado, leite UHT e mussarela), a partir dos preços pagos às indústrias locais.
O índice de preços para a cesta de produtos lácteos de MS como um todo teve uma variação de -1,24% no mês de Julho/2024, comparado ao mês imediatamente anterior. Em relação ao mesmo mês do ano passado (2023), obteve-se uma diferença de 0,40 pontos percentuais. Por sua vez, quando levamos em conta os últimos 12 meses, a cesta de produtos apresentou variação de -8,35% nesse período.
Nos cálculos do Cepea, mesmo com a elevação dos custos de produção da atividade leiteira de junho para julho, as margens do pecuarista continuam positivas, devido ao aumento nas cotações do leite. Em julho, o COE (Custo Operacional Efetivo) subiu 0,62% frente ao mês anterior, na “média Brasil”.