Preços de frete caem mesmo com aumento nas exportações de grãos
Cotações insatisfatórias no momento deixam vendedores em estado de alerta, mostra boletim da Conab
Em Mato Grosso do Sul, os fretes agrícolas mostraram pequenas variações no mês de agosto em relação ao mês anterior em praticamente todas as praças acompanhadas. Com a colheita do milho segunda safra encerrada e mais de 80% da soja 2023/24 comercializada, os fretes direcionados ao mercado consumidor interno permaneceram em destaque nas ofertas de embarque. Já as movimentações de mercadoria com destino à exportação ainda são tímidas. A análise consta no Boletim Logístico divulgado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
As commodities agrícolas em patamares de preços insatisfatórios no momento, e a perspectivas de melhoria nos preços das negociações futuras, deixam os vendedores em estado de alerta e relutantes em disponibilizar seus estoques no mercado spot (instantâneo), analisa a Conab.
As movimentações de mercadoria destinado à exportação ainda são tímidas. No entanto, o mercado interno de processamento de soja e milho tem a demanda aquecida com destino às indústrias de processamento e de fabricação de rações, tanto locais como nos estados vizinhos, sustentando o volume de ofertas de carregamento.
Essa situação ajuda a explicar a discreta variação dos preços observada neste acompanhamento. Segundo dados do COMEX STAT, plataforma estatísticas de comércio exterior do Brasil, em Mato Grosso do Sul, foram destinadas à exportação 30.904 toneladas de milho em ago/24. Já em relação à soja, foram exportadas aproximadamente 659.157 mil toneladas no mesmo período. As rotas com destino à exportação mais utilizadas no período, foram aquelas rumo ao porto de Paranaguá (PR), São Francisco do Sul (PR), Santos (SP) e porto do Rio Grande (RS). A participação estadual nas exportações brasileiras de milho, no período em análise atingiu 0,5%, enquanto a de soja, foi de 8,19%.
As exportações nacionais de milho em agosto deste ano atingiram 6,06 milhões de toneladas, contra 3,55 milhões registrado em julho, um aumento de 70,7% impulsionado pelo desempenho do Mato Grosso, principal produtor do cereal no País. Mesmo com essa alta nos embarques, os preços praticados no mercado de frete nas rotas que têm origem no estado mato-grossense seguiram o comportamento de queda.
“É importante destacar que a safra de milho colhida em Mato Grosso é de grande magnitude e há indícios de que o mercado possa virar com o avanço da entressafra, acarretando alta nos preços do cereal e desencadeamento de negócios, o que, consequentemente, tende a aquecer a movimentação de cargas. Porém isso ainda não ocorre em âmbito estadual”, explica o superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth, no boletim divulgado pela Conab.
No Distrito Federal e em Mato Grosso do Sul o comportamento não foi uniforme. No DF foram identificadas variações positivas nas praças de Imbituba, em Santa Catarina, e Santos, em São Paulo, com incrementos de 5% e 1% respectivamente. Já as rotas para Araguari e Uberaba em Minas Gerais e Paranaguá/PR, apresentaram recuos de 6%, 9% e 4%, respectivamente.
As variações negativas verificadas nas rotas citadas foram motivadas, sobretudo, pela menor disponibilidade de frete principalmente de soja, enquanto que as variações positivas foram justificadas pela maior procura por fretes, principalmente de fertilizantes. Em MS, o período do vazio sanitário da soja já terminou e desde o dia 16 de setembro os agricultores já estão liberados para o plantio do grão.