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Lado Rural

Produção de grãos do Brasil deve ser 13% maior na safra 2022/23

País deve produzir 308 milhões de toneladas de grãos até o segundo semestre do ano que vem

Liana Feitosa | 25/08/2022 17:13
Plantação de soja em Mato Grosso do Sul. (Foto: Liana Feitosa)
Plantação de soja em Mato Grosso do Sul. (Foto: Liana Feitosa)

O Brasil deve produzir 308 milhões de toneladas de grãos na safra 2022/23, de acordo com as primeiras projeções da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). O bom desempenho do agronegócio nos mercados de milho, soja, arroz, feijão e algodão auxiliam na estimativa. Se o número se confirmar, o resultado será 37 milhões de toneladas maior que a estimativa para a produção de grãos brasileira na safra atual, 2021/22, que é de 271,4 milhões de toneladas.

“Apesar do aumento nos custos de produção, as culturas ainda apresentam boa liquidez e rentabilidade para o produtor brasileiro”, afirma o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro. Os 5 principais grãos cultivados no país, milho, soja, arroz, feijão e algodão, correspondem a mais de 90% da produção brasileira de grãos, que está estimada em 294,3 milhões de toneladas.

Soja - A perspectiva da Conab é de recorde na produção de soja, com 150,36 milhões de toneladas na próxima temporada. Os preços do grão devem continuar atrativos, já que a oferta e a demanda mundial da oleaginosa seguem equilibradas. Assim, há tendência de crescimento de 3,54% de área para a cultura, podendo chegar a 42,4 milhões de hectares. A expectativa é de que uma maior disponibilidade do grão no próximo ciclo permita exportações de 92 milhões de toneladas, aumento de 22,2% em relação à safra 2021/22, um recorde para a cultura.

A atual safra sofreu queda de produtividade após os problemas climáticos registrados no Sul do país e em parte do Mato Grosso do Sul. Mesmo com a possibilidade de aumento dos embarques, os estoques para a temporada 2022/23 também devem crescer cerca de 3,9 milhões de toneladas em relação ao que é previsto para o ciclo atual, sendo projetados em 9,89 milhões de toneladas.

Algodão - Também há perspectiva de aumento de área, produtividade e, consequente, na produção do algodão. As primeiras previsões para a safra 2022/23 indicam colheita de 2,92 milhões de toneladas da pluma, beneficiados pelo elevado patamar dos preços do produto, boa rentabilidade e a comercialização antecipada. É esperada ainda uma retomada no volume exportado para cerca de 2 milhões de toneladas do produto final, além de um estoque de passagem de aproximadamente 1,75 milhão de toneladas de pluma no fim de 2023.

Arroz - No caso do arroz, há previsão de redução de área cultivada na safra 2022/23. Devido ao alto custo de produção, os agricultores tendem a optar por culturas que apresentam melhores rentabilidades e liquidez, como milho e soja. Mesmo assim, a produção deve ficar em torno de 11,2 milhões de toneladas no próximo ciclo. Cenário semelhante é esperado para o feijão.

Feijão - Uma melhor rentabilidade de grãos concorrentes deverá resultar em ligeira retração de área de feijão. Com isso, a produção tende a seguir bem ajustada com a demanda, mantendo a colheita total em cerca de 3 milhões de toneladas.

Milho - A produção total do milho deve ser de 125,5 milhões de toneladas. Há projeção de leve queda de área na safra de verão, com variação negativa de 0,6%. Mesmo assim, há otimismo de recuperação na produtividade depois da escassez hídrica registrada no verão e a estimativa é de produção de 28,98 milhões de toneladas. Na safra de inverno do grão, é projetado aumento de área e produtividade que podem resultar em colheita de 94,53 milhões de toneladas, aumento de 8,2% em relação à safra 2021/22.

“O cenário de mercado não apresenta uma tendência de queda expressiva para as cotações de milho, uma vez que o panorama aponta para a demanda e a oferta ainda ajustadas no ano que vem. Com isso, as margens para os produtores continuam positivas, mesmo com os altos custos de produção. Além disso, é preciso lembrar que nas duas últimas safras, o clima foi uma variável de grande influência para o desenvolvimento da cultura”, explica o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen.

Veja aqui as tabelas completas relacionadas às Perspectivas para a Agropecuária Safra 2022/23.

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