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Lado Rural

Sistema Diamantino de renovação de pastagem terá pré-lançamento dia 29

Sistema deve ser implantado no início do período chuvoso; produção de silagem será obtida após 120 a 130 dias

Por José Roberto dos Santos | 17/10/2024 12:55
Heder Simões da Silva, do Sítio Cantinho do Céu, produtor de Jatei (MS), participou voluntariamente da pesquisa do Sistema Diamantino. (Foto: Divulgação/Embrapa)
Heder Simões da Silva, do Sítio Cantinho do Céu, produtor de Jatei (MS), participou voluntariamente da pesquisa do Sistema Diamantino. (Foto: Divulgação/Embrapa)

Embrapa e Latina Seeds confirmaram, para o próximo dia 29 de outubro, às 19h30 (horário Brasília), o pré-lançamento oficial do Sistema Diamantino (mecanismo para renovação de áreas degradadas da pecuária com geração de renda durante o processo e sem conversão para trabalho). O objetivo é permitir que o pecuarista brasileiro tenha acesso à nova tecnologia (totalmente desenvolvida em Mato Grosso do Sul, mas com aplicabilidade em várias regiões do país) em tempo de experimentação no ciclo 2024/2025.

RESUMO

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O Sistema Diamantino, desenvolvido pela Embrapa Agropecuária Oeste em parceria com a Latina Seeds, visa a renovação de áreas degradadas da pecuária, permitindo a geração de renda durante o processo. Com quatro anos de pesquisa, o sistema combina a produção de silagem com a recuperação de pastagens, sendo especialmente eficaz em períodos de seca. A implementação está prevista para o início do período chuvoso, com a expectativa de que o pasto esteja pronto para pastejo em até 190 dias. O pré-lançamento do sistema ocorrerá em um evento online no dia 29 de outubro de 2024, aberto ao público, onde serão apresentados os detalhes técnicos da inovação.

Em MS, as pesquisas foram feitas no âmbito da Embrapa Agropecuária Oeste, de Dourados.

Na ocasião, pesquisadores da estatal e a direção da Latina Seeds, apresentarão o detalhamento técnico e aplicado do novo sistema. Para facilitar, tudo acontece de forma online e com acesso gratuito, aberto a qualquer cidadão. A transmissão será feita de forma exclusiva pela Embrapa através de seu canal no Youtube.

O “Diamantino” segue o conceito de “renovação” da Embrapa, que “é restaurar a produção de forragem introduzindo uma nova espécie ou cultivar, em substituições à anterior”, procedimento geralmente indicado quando mais de 40% da pasta está degradada. No entanto, de forma simultânea, ele permite a agregação de renda através da produção de silagem, para uso na propriedade ou comercialização, amortizando ou bancando os custos (às vezes com sobras) da renovação. Como é um mecanismo de sustentabilidade com retorno para a própria bovinocultura de corte, carrega em seu slogan a expressão “Renovação para a pecuária”

De 2020 a 2024

Foram quatro anos de experimentos, pesquisas e validação de campo até sua configuração, que está sendo chancelada por meio de documento técnico da Embrapa para ser disponibilizada em breve. Além da cooperação técnica entre Embrapa e Latina Seeds, seu desenvolvimento também conta com a parceria da Fundapam (Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária e Ambiental).

O estudo, cujo registro carregou a denominação “Sorgo com forrageiras para a integração da produção”, envolve avaliações de consórcios de Sorgão Gigante da Latina Seeds (biomassa) com Braquiária (capim marandu) e panicum (capim zuri). A primeira fase da pesquisa ocorreu entre 2021/2022. A segunda, entre 2023 e 2024.

A última etapa de coleta de amostras em área experimental, ocorreu no último dia 20 de março. Além de experimentos no âmbito da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), a estruturação científica de validação do Sistema Diamantino conta com a participação voluntária de duas propriedades privadas: Sítio Cantinho do Céu (Jatei, MS) e Sítio Tropical (Vicentina, MS) .

Pesquisadores Gessi Ceccon e Marciana Retore em área experimental do Diamantino na Embrapa Agropecuária Oeste, em 01.10.2024 - 54 dias após semeadura. (Foto: Ariosto Mesquita)
Pesquisadores Gessi Ceccon e Marciana Retore em área experimental do Diamantino na Embrapa Agropecuária Oeste, em 01.10.2024 - 54 dias após semeadura. (Foto: Ariosto Mesquita)

Adoção

A pesquisadora da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), Marciana Retore, explica que “o diferencial do Sistema Diamantino é na grande produção de volumoso para o período da seca conjugado com a renovação da pastagem. A expectativa é de que sejam adotadas em áreas de pastos degradados, tornando-os novamente produtivos, permitindo intensificar a produção peculiar”.

O analista Gessi Ceccon, também da Unidade de Pesquisa, localizada em Dourados, explica que o Sistema Diamantino deverá ser implantado no início do período chuvoso. A produção de silagem será obtida após 120 a 130 dias. Posteriormente, em um intervalo de mais 50 a 60 dias, o pasto estará pronto para o pastejo, justamente durante o período da estimativa.

Já o chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agropecuária Oeste, Rafael Zanoni Fontes, destacou a relevância da cooperação entre organização privada e a instituição: "O desenvolvimento do Sistema Diamantino é fruto de uma construção conjunta entre a Embrapa Agropecuária Oeste e a Latina Seeds, unindo saberes complementares para criar uma solução inovadora e eficiente. Essa parceria estratégica demonstra o quanto é possível atingir resultados de maior impacto quando unimos esforços com o setor produtivo. diretamente os produtores e promovendo a sustentabilidade em várias regiões do país."

* Com informações da Embrapa Agropecuária oeste e da Latina Seeds.

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