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Lado Rural

Vitrine tecnológica em Campo Grande mostra evolução no melhoramento do milheto

Visitantes puderam conferir o desempenho de diversas cultivares de milheto e entender as vantagens da cultura

José Roberto dos Santos | 29/12/2022 16:11
Com custo-benefício superior, variedades de milheto podem produzir até 40 sacas por hectare. (Foto: Divulgação)
Com custo-benefício superior, variedades de milheto podem produzir até 40 sacas por hectare. (Foto: Divulgação)

O milheto conquista a cada safra mais importância na agricultura brasileira devido à sua alta adaptabilidade e versatilidade. Com o intuito de aprofundar ainda mais o conhecimento sobre a cultura, uma imersão foi realizada em Campo Grande (MS), no Centro de Pesquisas da BAM (Bonamigo ATTO Melhoramento), a principal empresa de melhoramento de milheto do Brasil e segundo maior banco de germoplasma da cultura no mundo.

A Bonamigo preparou uma vitrine tecnológica da cultura, com os materiais comerciais de milheto já com ampla utilização, tais como: os híbridos graníferos ADRg 9060 e ADRg 9070, híbrido forrageiro Valente ADRf 6010,  Variedade Palhada ADR 300 e Variedade Forrageira SuperMassa ADR 500, além da evolução da pesquisa.

“O milheto é uma cultura muito aderente às necessidades do agricultor brasileiro. Em solos mistos, arenosos, com chuvas irregulares, ou solos com baixa retenção de umidade, o milheto se sobressai em resultados e traz muito menos risco ao produtor”, afirma o melhorista-chefe do programa de melhoramento de milheto da BAM, Luiz Bonamigo.

Nesta semana, em apenas dois dias, mais de 40 pessoas entre agricultores, técnicos, agrônomos, representantes de cooperativas e revendedores acompanharam a apresentação sobre os híbridos e variedades de milheto.

Foram apresentados ainda a completa estrutura do centro de pesquisa, como os laboratórios de nematologia e fitopatologia, as dez estufas para cultivo e doutores e mestres que integram a equipe de pesquisa. O centro teve a área ampliada ano passado, sendo que dos 20 hectares de área total, 12 ha são irrigados, além de ter seis casas de vegetação para estudos com fitopatologia e nematologia.

Diversidade dos híbridos

O engenheiro agrônomo melhorista da BAM, Lucas Souto Bignotto, destaca as principais características do milheto, como a reciclagem de nutrientes, uma produção de boa palhada, combate aos principais nematoides, que é aliado a uma excelente produção de grãos, trazendo renda ao agricultor e sendo uma opção para plantio de segunda safra com um menor risco possível na janela.

“O que chama a atenção dos agricultores, consultores e equipe técnica que vem nos visitar é a versatilidade de uso que o milheto tem, que vai desde o uso forrageiro, palhada, silagem, pré-secado e produção de grãos, com excelentes resultados em todas essas funções. Outra coisa que atraiu a atenção é a qualidade dos produtos comerciais. No caso do forrageiro, é a qualidade tanto em massa verde quanto uma qualidade bromatológica excelente resultando em mais leite e mais carne para o produtor”, explica Bignotto.

Agricultores, técnicos e revendedores acompanharam os experimentos com milheto no Centro de Pesquisa da Bonamigo. (Foto: Divulgação)
Agricultores, técnicos e revendedores acompanharam os experimentos com milheto no Centro de Pesquisa da Bonamigo. (Foto: Divulgação)

Custo-benefício superior

Luiz Bonamigo explica que as características favoráveis do milheto o colocam como uma cultura diferenciada em relação ao milho e ao sorgo. Ele reforça que o milheto traz segurança, principalmente com os ADRg 9060 e 9070.

“Essa realidade foi apresentada aos visitantes nos dias de campo, mostrando as características básicas do milheto. O desenvolvimento da cultura, o processo de melhoramento, como foi o desenvolvimento dos materiais, o processo de mudança da arquitetura de planta, que antigamente era conhecida somente como cobertura, que é o caso do ADR 300, e como forragem o  ADR 500, e como estamos mudando a arquitetura de planta para produzir muito mais grãos”, explica Bonamigo.

O melhorista-chefe, entretanto, aponta que é fundamental seguir as recomendações técnicas de manejo da BAM, o que foi reforçado na vitrine. “Enfatizamos em seguir as recomendações do nosso manual técnico, especialmente sobre a época adequada de plantio. E fazendo os devidos tratos culturais, principalmente em relação à fungicida em uma área limpa de erva daninha, os nossos materiais ADRg 9060 e ADRg 9070 têm condições de expressar uma produtividade por volta de 40 sacas por hectare, o que traz excelente rentabilidade”.

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