Agosto foi o mês mais chuvoso dos últimos 30 anos em Mato Grosso do Sul
Mesmo com estiagem, índices foram bem acima do esperado no Estado
Boletim meteorológico divulgado pelo Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) aponta que Mato Grosso do Sul teve o mês de agosto mais chuvoso dos últimos 30 anos.
Choveu mais nas regiões central e sul do Estado. Naviraí chegou a atingir precipitação de 200 a 240 milímetros no mês. Campo Grande teve chuvas acima da médica histórica (31,4 mm), registrando acumulado de 239,4 mm.
Também houve chuva acima do esperado no Pantanal e regiões sudoeste, norte e leste do Estado. O único município que teve chuva abaixo da médica histórica foi Paranaíba, onde choveu 7,6 mm, onde a média mensal é de 13,4 mm.
A estiagem é típica durante julho e agosto em Mato Grosso do Sul. Estes são os meses com menores índices pluviométricos do ano no Estado.
De acordo com o Cemtec, a passagem de frentes frias e a mudança no fluxo dos ventos e o transporte de umidade favoreceram a ocorrência das fortes chuvas no Estado.
A chuvarada atípica não foi suficiente para estancar os efeitos da estiagem de longo prazo, que fez a maior cachoeira do Estado, a Boca da Onça, com 156 metros em Bodoquena, ficar totalmente sem água.
“A longo prazo nos encontramos em situação de seca, há mais de três anos. 2019, 2020 e 2021 foram muito secos (chuvas abaixo da média histórica) e 2022 tende a fechar o ano abaixo da média anual de chuvas. Então, mesmo que o mês de agosto registre chuvas acima da média, não é suficiente para recuperar uma seca a longo prazo”, explica a meteorologista do Cemtec, Valesca Fernandes.
Mesmo acima da média, as chuvas de agosto não foram suficientes para encher rios e minimizar os efeitos da estiagem. Em julho, por exemplo, choveu aproximadamente 75% menos do que média histórica. Ainda em julho, a maioria das regiões do estado apresentaram 27 a 31 dias com chuvas abaixo de um mm.