Maior cachoeira do Estado, Boca da Onça está totalmente seca há mais de um mês
Turistas ganham até desconto para fazer trilha ecológica e novo ponto de banho para não 'perder' o passeio
A maior cachoeira de Mato Grosso do Sul, a Boca da Onça está sem nenhuma gota de água desde o dia 29 de julho deste ano. Já circula nas redes sociais a foto do analista de qualidade, Cristian Piana, 33 anos, tirada na semana passada e que mostra a realidade no local. Ele fez o passeio com a esposa durante a lua de mel, registrou a cena e publicou a foto no Google.
“Avisaram que estava sem água e por isso teve desconto no passeio. Também informaram que adicionaram pontos de banho a mais. Por isso não estava com muita expectativa de me decepcionar. Mesmo assim achei bonito o passeio”, conta o turista.
Segundo Cristian, o guia não proibiu de fazer o registro e explicou que a falta de água é comum para esta época do ano. “Ele ainda disse que tinha chovido na semana anterior, mas não foi o suficiente para ter queda d’água”, relembrou.
O gerente da fazenda que realiza o passeio de ecoturismo, Cristiano Godinho, 45 anos, confirmou as informações. “Estamos há quatro anos sem chuvas significativas. Fazemos a medição desde 2000 e teve uma queda acentuada no volume de chuva. É geral essa situação. Todos os passeios da região estão da mesma forma, com pouca água e alguns secos. É uma pena. A gente entende que é uma situação climática e chuva é cíclica, falam que é o efeito La Niña.”
Para não perder os turistas e ter que fechar o passeio como ocorreu em 2007 pelo mesmo motivo, o gerente explica que foram criadas as alternativas de novo roteiro na trilha e desconto.
Quem quiser conhecer a Boca da Onça hoje (1º), por exemplo, terá o desconto de 20% no valor da tabela, ou seja, R$ 280 por pessoa com direito a café da manhã, almoço, guia, seguro e passeio. E pela falta de água na cachoeira, um ponto de banho a mais foi inserido na trilha.
“A gente sempre reforça a situação antes de começar o passeio e não tivemos muitas desistências. A maioria das pessoas gostam e curtem a trilha. Mas sabemos de agências que evitam vender o passeio pela falta de água.”