Belas paisagens e novos usos marcam 1º mês de monitoramento no Pantanal
Projeto "Abrace Pantanal" tem câmeras de 360º que monitoram 2,5 milhões de hectares para detectar incêndios
Por enquanto, as câmeras de 360º instaladas no Pantanal da Serra do Amolar, em Corumbá, a 419 Km de Campo Grande, não flagraram nenhum incêndio, mas há inúmeras paisagens de tirar o fôlego. Instalado há um mês, o sistema, conforme o diretor do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), Ângelo Rabelo, ainda está sendo “descoberto”.
Batizado de “Abrace Pantanal”, o projeto cobre 2,5 milhões de hectares da planície (praticamente metade da área) e ainda está em fase final de instalação, mesmo tendo sido lançado há um mês. Nesse período, segundo Rabelo, nenhum foco de incêndio foi identificado e todos estão se adaptando.
“Temos nas mãos uma oportunidade de ação preventiva fantástica. É uma tecnologia que surpreende pelo alcance e qualidade das imagens de altíssima resolução, mesmo há mais de 300 km de distância da sede do IHP. Ele (sistema) se mostra eficiente para grandes territórios como o nosso, e para cobrir deficiência de infraestrutura, efetivo e o desafio maior, que é a logística”, pontua Ângelo Rabelo.
Conforme o diretor do IHP, além da detecção do fogo, que é a principal razão do sistema, denominado Pantera, há ainda outros usos sendo analisados, já que as imagens são muito nítidas mesmo a grande distância.
“Vemos embarcações na zona de amortecimento do Parque Nacional, embarcações restritas à pesca de caráter comercial. Então, os resultados ainda são preliminares, ainda estamos no processo de aprendizado para definir a amplitude e o alcance dessa tecnologia”, sustenta Rabelo.
Abrace - Batizada de Abrace Pantanal, a iniciativa, visa a detecção rápida para melhor combate a incêndios e conta com a articulação da startup 1 grau e meio, além da Brigada Aliança, do Instituto Homem Pantaneiro, do Polo Socioambiental Sesc Pantanal e da JBS, que financia o projeto. Os 2,5 milhões de hectares de área nativa monitoradas praticamente equivalem à extensão territorial da Bélgica.
A detecção precoce de focos pelo software Pantera, plataforma integrada para gestão do combate a incêndios florestais desenvolvido pela 1 grau e meio, ocorre através de um algoritmo de inteligência artificial que, a partir do envio de imagens por câmeras de alta resolução instaladas no topo de torres de comunicação, identifica focos de fogo de forma automática e notifica os operadores do sistema. Cada câmera tem a capacidade de detectar focos de incêndio em questão de segundos, com a identificação do local exato do foco, acelerando os protocolos de combate.
As cinco câmeras foram instaladas em torres e cada uma cobre área total de 70 mil hectares. Elas vão prover imagens para a visão computacional do sistema nesta fase 1 do projeto. O aporte da JBS no Pantanal soma R$ 26 milhões, distribuídos ao longo de quatro anos, dos quais R$ 8 milhões foram usados para financiar a instalação das torres das câmeras.
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