Descaso ambiental não condiz com paraíso ecológico, diz promotor
As denúncias feitas nesta semana sobre irregularidades ambientais no município de Bonito - distante 257 km de Campo Grande, não foram protocoladas formalmente no MPE (Ministério Público Estadual) do município, mas o promotor de Justiça Matheus Macedo Cartapatti afirma que elas serão investigadas.
Na segunda-feira (2), o empresário Felipe Caran postou em seu Facebook, denúncias de esgoto e lixão a céu aberto na cidade, que geraram cerca de 1.300 curtidas e 1.100 compartilhamentos. Outros empresários do município apoiaram a ação e pedem que a situação seja acompanhada por melhorias.
Em uma cidade conhecida internacionalmente como melhor destino de ecoturismo sustentável, chega a ser incoerente a quantidade de procedimentos ambientais instalados pelo MPE. Segundo o promotor Matheus Cartapatti, são várias as situações que envolvem crimes ambientais, porém as denúncias do esgoto e lixão serão apuradas a partir de agora.
"Vamos tomar providências, coletar dados precisos dos locais e solicitar perícia, tanto dos órgãos estaduais, quanto do próprio Ministério Público", explica ele, complementando que as denúncias feitas mesmo em redes sociais, ajudam o órgão. "O MPE em Bonito está atento, para levantar os indícios e ver se há danos ambientais".
Quanto ao lixão, o órgão acompanha a regularização pro meio da execução de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta). "Existe a ação judicial, que originou várias recomendações e um TAC que inclusive, foi executado para que fosse cumprido", destaca.
Dificuldades - Ao Campo Grande News, o prefeito Leonel Lemos (PT do B) disse ontem que existem ligações irregulares de esgoto e que o lixão é um problema que está sendo resolvido. "Problemas que acontecem em todas as cidades", disse ao justificar as dificuldades.
O promotor Matheu concorda ao dizer que "Bonito é uma cidade maravilhosa, beleza natural ímpar, mas é uma cidade como qualquer outra, que tem seus problemas urbanos, que geram danos ao meio ambiente", porém afirma que "não se pode mascarar os problemas".
Em uma cidade que vive do ecoturismo, "as ações ambientais realizadas não são suficientes para fazer juz a imagem que é vendida", afirma o promotor de Justiça. Além disso, ele destaca que as obrigações não são só do executivo, mas que também é preciso uma consciência ambiental por parte da população, que nem sempre cumpre com as obrigações.
Como o ditado, ele afirma que há exceções. "Temos sim, muitos produtores do município preocupados com a questão ambiental e que cumprem com a legislação. É uma questão de conscientização de cada um".