Em 18 anos, Pantanal perdeu 2,1 mil quilômetros quadrados de área
Pantanal foi o bioma brasileiro que menos sofreu perda de área entre 2000 e 2018, segundo o IBGE
Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou que o bioma do Pantanal, atualmente sofrendo com as queimadas, perdeu entre o ano 2000 e 2018, 2,1 mil quilômetros quadrados de área, o que representa 1,6% do total. Uma das menores perdas no período entre os biomas brasileiros.
Segundo a pesquisa, entre as áreas com alterações por ação humana a partir de 2010 no Pantanal 59,9% correspondia a conversões de áreas naturais para pastagem com manejo.
“É uma conversão típica do bioma: o pasto nativo vai sendo substituído por uma pastagem com inserção de técnicas e tecnologias agropecuárias”, explica a gerente de Contas e Estatísticas Ambientais do IBGE, Maria Luisa Pimenta.
Vale lembrar que Mato Grosso do Sul apresenta outros dois biomas além do Pantanal, que são o Cerrado e a Mata Atlântica, que também tiveram perdas nos 18 anos.
No Cerrado a transformação mais marcante, segundo a pesquisa, é o crescimento acelerado da agricultura, com acréscimo de 102.603 quilômetros quadrados entre 2000 e 2018.
Com isso as áreas de vegetação campestre e florestal reduziram progressivamente, dando lugar a pastagem com manejo e área agrícola. E a perda de cobertura natural do bioma foi de 152,7 mil quilômetros quadrados.
Ao todo os biomas brasileiros – Cerrado, Pantanal, Amazônia, Mata Atlântica e Caatinga – perderam 500 mil quilômetros quadrados da cobertura natural nesses 18 anos.
E ainda de acordo com a gerente de contas do IBGE, a pesquisa não mapeia qual a característica desta ação humana, como por exemplo, a aplicação de queimadas, determinou a redução dessas áreas.
Na Mata Atlântica, também presente em Mato Grosso do Sul, a perda de área corresponde a 8.793 quilômetros quadrados entre 2000 e 2010 e 577 quilômetros quadrados entre 2016 e 2018.
De acordo com o IBGE, esse é o único bioma brasileiro cujo predomínio da terra não é de cobertura natural. Em 2018 a vegetação florestal era de 12,6% e em 200 era de 13,3%, mostrando que as áreas naturais sofreram pouca alteração no período, mas continuam diminuindo.