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Meio Ambiente

Em 2019, PMA resgata 345 aves, 141% a mais que no ano passado

Autuações aplicadas pela polícia alcançaram R$ 800 mil contra 7 pessoas

Izabela Sanchez | 06/01/2020 10:19
Em 2019, PMA resgata 345 aves, 141% a mais que no ano passado
Canários peruanos, do tráfico internacional, tem entrada em Mato Grosso do Sul através de Corumbá (Foto: Divulgação/PMA)

O tráfico de aves em Mato Grosso do Sul – crime ambiental – cresceu 141% em relação à 2018, segundo dados de apreensão de aves resgatadas por policiais militares ambientais. Segundo a PMA (Polícia Militar Ambiental), foram R$ 800 mil em autuações contra traficantes no último ano.

O crime representa crescimento ao menos desde 2017, segundo os dados da PMA. Com relação a 2017, o crescimento no Estado foi de 72,5%. Em 2019, sete pessoas foram autuadas e 345 aves apreendidas: 180 papagaios, 5 periquitos e 160 canários peruanos, estes apreendidos com uma corumbaense de 33 anos.

Já em 2018, segundo a PMA foram autuados 8 traficantes e apreendidos ao todo, 143 animais: 141 papagaios, 1 sabiá e 1 coleirinho em 2017 foram apreendidos, ao todo, 521 animais: 341 papagaios, 252 canários-da-terra (o que não é comum, segundo a polícia), 2 periquitos, 4 maritacas, 1 azulão e 5 cardeais.

Os valores de multas aplicadas são 447,59% superiores a 2018, ano em que o valor alcançou R$ 145 mil 50% inferior ao ano de 2017, quando foram aplicados R$ 290 mil.

Em 2019, PMA resgata 345 aves, 141% a mais que no ano passado
Policial segura caixa com papagaios apreendidos em Batayporã (Foto: Divulgação/PMA)

Aves – Segundo a PMA, no Estado, o tráfico de animais silvestres ocorre, principalmente, com aves, com destaque ao papagaio. Há, ainda, o tráfico internacional, com a entrada no Estado de um canário-peruano (Sicalis flaveola valida), trazido por traficantes peruanos, bolivianos e brasileiros e é levado, na maioria das vezes, para Brasília (DF) e para a região Nordeste e norte de Minas Gerais, para serem utilizados em “rinhas”.

A lei não reconhece o tráfico do canário-peruano, ou outra espécie exótica que vem de outro país, como tráfico e, sim, como introduzir espécie no Brasil sem autorização. A forma de combate a esse tipo de tráfico, ressalta a PMA, tem sido com barreiras nas estradas, especialmente, na região de Corumbá.

“O tráfico de canário ocorre todo o ano, porém, o período de agosto a dezembro é preocupante com relação ao tráfico de animais silvestres no Estado, pois é o período reprodutivo dos papagaios que é o animal mais traficado e, como essa ave o interesse é no filhote, pois somente pego pequenos é que ele pode desenvolver a capacidade de reproduzir a voz humana, o que atrai as pessoas para terem o animal em casa”, explica a PMA.

Em 2019, PMA resgata 345 aves, 141% a mais que no ano passado
Filhotes de papagaio em caixa de madeira (Foto: Divulgação/PMA)

Região alvo – Segundo a PMA, a região formada pelos municípios de Jateí, Batayporã, Bataguassu, Ivinhema, Novo Horizonte do Sul, Anaurilândia, Santa Rita do Pardo, Nova Andradina e Brasilândia, além de Naviraí e Mundo Novo é a “área problema” para o tráfico.

Por isso, os ninhos de papagaios também são monitorados pelos policiais para evitar a retirada dos filhotes. O destino registrado até o momento pela PMA é o estado de São Paulo. A polícia destaca, que ainda não é possível registrar a saída para outros destinos, já que não trabalha com investigação.

Atuação - A PMA atua em prevenção e repressão e também realiza operações conjuntas com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Em uma das operações preventivas, de fiscalização em fazendas, policiais apreenderam funcionário aliciado por traficantes, que foi detido em flagrante. O traficante havia feita encomenda de 350 papagaios.
Entre 2018 e 2019, a PMA realizou operações preventivas com o Ibama com média 55 participantes entre policiais e fiscais.

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