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Meio Ambiente

Fogo ameaça propriedades e queimou até ninho de tuiuiús "patrimônio" do Pantanal

Queimadas consumiram 23% do Pantanal, 1,4 milhão de hectares em MS

Gabriel Neris | 29/09/2020 11:39
Ninho de tuiuiú ficou isolado por causa do fogo (Foto: Renata Cortez)
Ninho de tuiuiú ficou isolado por causa do fogo (Foto: Renata Cortez)

Nova atualização do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) aponta que o bioma Pantanal já conta com 23% de área queimada pelo fogo neste ano. Somente em Mato Grosso do Sul são 1,408 milhão de hectares devastados.

As chamas que atingiram as margens de BR-262, entre Miranda e Corumbá, atingiram um ninho de tuiuiú, ave símbolo do bioma. De acordo com o Diário Corumbaense, o ninho estava no alto de um ipê-roxo, próximo a Porto Morrinho.

Em 2011, decreto assinado pelo prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT) declarou a árvore patrimônio municipal, por sustentar o ninho de tuiuiú, agora com quase 40 anos existência.

Com a situação agravada no fim de semana, o efetivo de combate as chamas precisou ser reforçado. Segundo a Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), foram 17 focos registrados na sexta-feira, enquanto no sábado foram mil.

Chegaram nesta terça-feira no Estado mais 41 brigadistas determinados pelo Ministério do Meio Ambiente. Outros 60 vêm do Distrito Federal e mais 20 de Santa Catarina.

A força-tarefa que atua na Serra do Amolar conta com 65 bombeiros de Mato Grosso do Sul e também do Paraná, marinheiros, brigadistas do Ibama, ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e de organizações não-governamentais.

Keli salva galinhas de incêndio (Foto: Sílvio de Andrade)
Keli salva galinhas de incêndio (Foto: Sílvio de Andrade)

O fogo queimou uma casa na Fazenda Santa Tereza na segunda-feira. Em uma das reservas atingidas, Keli Munique precisou correr com as galinhas nos braços para escapar do fogo.

"Foi assustador", resumiu Keli, funcionária da reserva. Foi ela quem avisou a força-tarefa sobre o incêndio na região.

A previsão é de que o calor e tempo seco continuem nos próximos dias, dificultando o combate ao fogo. O Cemtec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) prevê chuva a partir de 11 de outubro, com acumulado de até 20 milímetros, em todo o Estado.

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