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Meio Ambiente

Governo estuda proposta de geração e venda de carbono em agricultura familiar

Durante reunião, secretário da Semadesc fechará acordo com fundação especializada em mercado de carbono

Mylena Fraiha | 13/07/2023 15:37
Sérgio Aparecido de Souza na plantação de alface no bairro Parque Dallas (Foto: Alex Machado)
Sérgio Aparecido de Souza na plantação de alface no bairro Parque Dallas (Foto: Alex Machado)

Na busca por se tornar um Estado pioneiro na integração da agricultura familiar com a produção sustentável e a certificação de créditos de carbono, Mato Grosso do Sul deu um passo significativo nesta semana.

Na terça-feira (11), foi realizada uma reunião por videoconferência entre o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), representantes da APOMS (Associação de Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul), da Fundação Rabobank, do Banco Rabobank e da Acorn, parceiros do projeto. O encontro resultou no avanço das tratativas para formalizar um acordo de cooperação.

A Fundação Rabobank, sediada na Holanda e atuante em âmbito mundial, desempenha um papel essencial nessa parceria, impulsionando o mercado voluntário de carbono de alta integridade. Como parte do projeto, a Fundação Rabobank está envolvida nos trâmites de mensuração, certificação e aquisição dos créditos de carbono fixados.

De acordo com o secretário da Semadesc, Jaime Verruck, a reunião ocorrida na terça-feira (11) teve avanços significativos. "Nós tivemos mais uma reunião, avançamos no projeto e agora nós já estamos prontos para fazer um acordo de cooperação envolvendo a APOMS, Fundação Rabobank e a Semadesc, para que efetivamente a gente comece a desenvolver essas atividades em direção à geração de créditos de carbono através de sistemas agroflorestais".

Jaime Verruck participa de reunião por videoconferência com representantes da Fundação Rabobank (Foto: Divulgação)
Jaime Verruck participa de reunião por videoconferência com representantes da Fundação Rabobank (Foto: Divulgação)

Metas - A meta para os próximos cinco anos é incluir 800 produtores, com uma área média de 2,5 hectares por produtor, totalizando 2 mil hectares, dentro da abrangência da APOMS. A associação está coordenando e levantando esses produtores.

O objetivo é estabelecer uma linha de assistência técnica para determinar qual sistema agroflorestal é mais adequado para cada produtor em termos de renda, além de avaliar a capacidade desses sistemas de avançar e gerar créditos de carbono.

No âmbito do Pronaf (Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar), o Pronaf Floresta oferece financiamento e assistência técnica aos agricultores familiares para a implementação de sistemas agroflorestais.

"Nós vamos entrar com todo o sistema de assistência técnica e acompanhamento, por meio do Pronaf. O Rabobank também entra com recursos, a fundo perdido, e participa de todo o processo de certificação e comercialização dos créditos de carbono", acrescentou o Jaime.

O secretário da Semadesc explica que o programa também tem como objetivo destinar 80% da renda dos créditos diretamente aos produtores rurais. ”O desafio de curto prazo é estruturarmos a assistência técnica e identificar nesses produtores quais são os sistemas agroflorestais mais adequados para a renda do produtor e também para a geração de crédito carbono”, diz.

O projeto sul-mato-grossense pioneiro já chamou a atenção do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que realizará uma avaliação. Há a possibilidade de criação de uma plataforma nacional para futuras iniciativas em nível nacional, seguindo a mesma linha do projeto piloto de Mato Grosso do Sul, de acordo com Jaime.

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