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Meio Ambiente

Homem põe fogo na beira de córrego para "limpar" terreno e plantar cana

Paula Maciulevicius Brasil | 07/10/2020 10:04
Homem põe fogo na beira de córrego para "limpar" terreno e plantar cana
Policiais flagraram autor de incêndio durante rondas na tarde de ontem. (Foto: Divulgação/Decat)

Se engana quem pensa que fogo em vegetação não dá prisão. Na tarde de ontem, um homem de 58 anos foi preso e não teve nem fiança arbitrada por tacar fogo na APP (Área de Preservação Permanente) do Córrego Formiga, em Campo Grande. A justificativa dele para os policiais foi de que o fogo "limparia" o terreno e ele então poderia plantar cana-de-açúcar e construir uma casa às margens do córrego, na região do Bairro Dom Antônio Barbosa.

O homem foi preso por policiais que passavam no local no momento em que o fogo começou e foi autuado pela Decat (Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista). A área onde ele ateou fogo tem o agravante de ser Área de Preservação Permanente.

Conforme definição da Lei n. 12.651/2012, Área de Preservação Permanente é uma área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.

A área que o homem estava queimando fica na Avenida Zila Corrêa Machado, próximo ao acesso para a MS-455, conhecida como Estrada da Gameleira. Segundo a Polícia, a autuação levou em consideração o prejuízo ao Meio Ambiente e à coletividade, já que o fogo ali poderia propagar por toda a mata, alcançando até chácaras próximas e criação de animais.

"Ali se o fogo não fosse contido a tempo haveria risco de propagar pelas chácaras onde moram pessoas que têm crianção de animais. O crime de incêndio tem essa característica, quando a conduta além de ferir o Meio Ambiente, também coloca em risco a vida e o patrimônio da coletividade", fala o delegado Maércio Alves Barbosa.

Homem põe fogo na beira de córrego para "limpar" terreno e plantar cana
Homem preso alegou que fogo "limparia" área para ele construir uma casa e plantar cana. (Foto: Divulgação/Decat)

Sobre números de prisões e autuações por fogo em vegetação, sendo APP ou não, o delegado explica que não há uma grande incidência de flagrantes justamente porque quando o incêndio se torna visível é por já estar em grandes proporções e geralmente em locais ermos.

"Não é um crime tão comum a prisão em flagrante, ali foi a situação dos policiais estarem passando próximo ao local e virem a situação", observa Maércio.

No caso de fogo em vegetação, o delegado alerta que além dos bombeiros, a população também pode acionar a polícia. Já o tipo de crime pelo qual quem ateou pode responder, segundo o delegado, varia de acordo com a proporção do fogo.

O homem que tacou fogo deve passar por audiência de custódia hoje. Segundo a Polícia, ele já tem moradia.

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