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Meio Ambiente

Jardim na selva de pedra: Rua 14 de Julho terá 28 ipês, guavira e jacarandá

Por enquanto, verde é exceção no corredor comercial e surge quando via passa pela praça ou cruza com a Afonso Pena

Aline dos Santos | 05/06/2019 11:02
No cruzamento da 14 de Julho com a Afonso Pena, ipês brancos farão contraste com árvores centenárias.
No cruzamento da 14 de Julho com a Afonso Pena, ipês brancos farão contraste com árvores centenárias.

A partir de setembro, o mês que inaugura a Primavera, árvores vão chegar à Rua 14 de Julho para mudar a paisagem no principal corredor comercial do Centro de Campo Grande, que terá de ipês a guavira.

De acordo com o gerente de fiscalização de arborização e áreas verdes da Semadur (Secretaria de Meio Ambiente e Gestão Urbana), Orsival Simões Júnior, o projeto de arborização é para dar maior conforto térmico na região central, atualmente uma “selva de pedra”.

Na 14 de Julho o verde é exceção, com árvores quando a via passa pela Praça Ary Coelho ou quando cruza com as centenárias árvores da avenida Afonso Pena. A rua passa por revitalização do Reviva Centro, obra de R$ 49 milhões financiada pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

De acordo com a Engepar Engenharia e Participações, responsável pela obra de revitalização, o cronograma de plantio será determinado pela prefeitura. A lista de mudas inclui ipês (sendo 6 amarelo, 12 branco e 10 roxo), jacarandá, aldrago, palmeiras, abacaxi roxo, orelha de onça e espada de São Jorge.

Cores do Cerrado - O projeto de paisagismo escolheu espécies com raízes não “agressivas” e altura que não atrapalhe a visualização das fachadas das lojas.

“Foi feito estudo para usar espécies com raízes pivotantes, que vão para o fundo, além de trabalho de proteção com placas de concreto na cova, para proteger”, afirma Maria Teresa Corrêa, da MTC Arquitetura e Urbanismo. Responsável pelo projeto, a profissional é especialista em arquitetura sustentável.

As árvores serão plantadas já com cinco metros de altura, prontas para levar sombra às calçadas. Planta nativa do Cerrado, a expectativa é que a guavira se adapte e dê frutos.

Tradicionais, os ipês vão diversificar a cartela de cores. De acordo com Maria Teresa, a variedade de cor branca será plantada perto do cruzamento da Afonso Pena, num contraste com o verde das centenárias árvores do canteiro central da avenida.

Com a via arborizada e as calçadas alargadas, a 14 de Julho é projetada para ser confortável aos pedestres, ao estilo boulevard. “Com o nosso clima tropical, o uso da arborização se torna um recurso natural e muito eficiente na melhora da qualidade térmica, sobretudo dos ambientes urbanos”, afirma a arquiteta e urbanista. 

Com 107 anos, a 14 de Julho já foi caminho de desfiles cívicos, procissões e Carnaval. O relógio terá revival na obra do Reviva Centro, com uma estrutura metálica vazada, mas sem marcar as horas, colocada no cruzamento com a Afonso Pena. O local é o mesmo do primeiro relógio, que foi instalado em 1933 e era o marco zero da então cidade. 

De cima, drone mostra pouco verde e muito concreto na Rua 14 de Julho. (Foto: Gabriel Rodrigues)
De cima, drone mostra pouco verde e muito concreto na Rua 14 de Julho. (Foto: Gabriel Rodrigues)
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