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Meio Ambiente

Mais de um campo de futebol ao dia: Bonito lidera desmatamento da Mata Atlântica

A série histórica mostra avanço a partir de 2017 e um salto desde 2019

Aline dos Santos | 30/06/2021 11:25
Parque Nacional da Serra da Bodoquena abriga bioma da Mata Atlântica. (Foto: Divulgação)
Parque Nacional da Serra da Bodoquena abriga bioma da Mata Atlântica. (Foto: Divulgação)

Famoso pelo ecoturismo, Bonito aparece no topo do ranking nacional do desmatamento da Mata Atlântica entre 2019 e 2020. No município, foram destruídos 416 hectares, que correspondem a mais de um campo de futebol por dia. Lembrando que cada campo equivale a um hectare.

Ao todo, Bonito detém 39.981 hectares do bioma. A série histórica mostra avanço do desmatamento a partir de 2017 e um salto desde 2019, passando de 160 hectares para 416.

Os dados são do Atlas dos Municípios da Mata Atlântica, estudo realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica com a cooperação do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Dos 3.429 municípios que compõem a Mata Atlântica, 439 (15%) desmataram o bioma entre 2019 e 2020, num total de 13.053 hectares desflorestados. Contudo, o ranking das dez cidades que mais destruíram a cobertura vegetal, se restringe aos Estados de Minas Gerais, Bahia e Mato Grosso do Sul.

Ao todo, municíoio de Bonito abriga 39.981 hectares do bioma. (Fonte: Aqui tem Mata)
Ao todo, municíoio de Bonito abriga 39.981 hectares do bioma. (Fonte: Aqui tem Mata)

Bonito liderou o desmatamento, seguido por Águas Vermelhas (MG), com 369 hectares, e Wanderley (BA), com 350 hectares. A lista dos dez que mais desmataram ainda tem Miranda (219 hectares).

Outras sete cidades sul-mato-grossenses aparecem no estudo: Porto Murtinho (79 hectares), Ponta Porã (66), Nioaque (36), Bodoquena (18), Rio Brilhante (8), Campo Grande (5) e Sete Quedas (4).

“Além de fazer com que as cidades se tornem cada vez mais quentes, a redução das áreas verdes ameaça a disponibilidade e a qualidade da água. A crise hídrica que vivemos hoje é um reflexo disso. No caso de Bonito os danos podem ser ainda graves, pois coloca em risco o turismo que move a economia da cidade”, afirma o diretor de Conhecimento da SOS Mata Atlântica, Luis Fernando Guedes Pinto.

Conforme o levantamento, praticamente a totalidade da devastação é ilegal: o bioma, que hoje mantém apenas 12,4% da sua vegetação original, é protegido por lei que proíbe o desmatamento. As raras exceções são para realização de obras, projetos ou atividades de utilidade pública.

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Os dados nacionais e por Estado foram divulgados em maio no Atlas da Mata Atlântica, mostrando que o desmatamento entre 2019 e 2020 nos 17 unidades federativas  compõem o bioma caiu 9% em relação ao observado no período anterior. No entanto, em relação a 2017 e2018, quando foi atingido o menor valor da série histórica (11.399 hectares), houve um crescimento de 14%.

O monitoramento foi realizado por meio de imagens de satélite, sensoriamento remoto e geoprocessamento.

A prefeitura de Bonito informou ao Campo Grande News que é preciso verificar se a área desmatada teve autorização do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e há mapas que induzem a erro, por colocar o bioma fora do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, que abriga a Mata Atlântica no município e é protegido.

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