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Meio Ambiente

Em três autuações por infração ambiental, pecuarista deve R$ 1,7 milhão à União

Danos a áreas de preservação ocorreram entre 2013 e 2020 em duas fazendas do pecuarista

Lucia Morel | 04/05/2021 18:21
José Carlos Bumlai após passar por exame no Instituto Medico Legal (IML), em Curitiba, em 2019 (Foto/Arquivo: Geraldo Bubniak / Agência O Globo)
José Carlos Bumlai após passar por exame no Instituto Medico Legal (IML), em Curitiba, em 2019 (Foto/Arquivo: Geraldo Bubniak / Agência O Globo)

Em três autuações por infrações ambientais, o pecuarista José Carlos Costa Marques Bumlai mantém dívida de R$ 1,7 milhão com o Governo Federal. Na mais alta, de R$ 948 mil, o empresário e amigo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), está com o débito inscrito na dívida ativa.

Segundo dados do Ibama (Instituto Nacional de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) os danos ambientais foram causados em fazendas do pecuarista, mas em áreas dentro delas que deveriam ser preservadas.

Em todas as infrações, o caso foi de destruição ou desmate de florestas em vegetação nativa em área de reserva legal sem autorização ou em desacordo com tal autorização pelo órgão ambiental competente.

A mais antiga infração é justamente a de R$ 948 mil, cuja autuação ocorreu em julho de 2013 e julgada em processo específico em maio de 2015. Segundo o Ibama, o dano foi no Pantanal de Corumbá, na Fazenda São Francisco.

Já as duas autuações mais recentes datam de novembro de 2018 e maio de 2020 na Fazenda Santa Catarina II, também em Corumbá, mas localizadas em área do bioma Mata Atlântica.

Área de preservação danificada na Fazenda Santa Catarina II, em Corumbá. (Foto: Reprodução Ibama)
Área de preservação danificada na Fazenda Santa Catarina II, em Corumbá. (Foto: Reprodução Ibama)

Multa de três anos atrás chegou a R$ 594 mil e o processo administrativo aberto pelo Ibama está em fase de homologação de acordo com a defesa do pecuarista, assim como a mais recente, de R$ 198 mil e cuja tentativa de conciliação foi realizada hoje de manhã.

Em contato com a defesa do empresário, a única informação é de que não houve acordo e nenhum detalhe a mais foi passado.

Histórico - Bumlai foi um dos investigados e presos pela então Operação Lava Jato e também denunciado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Pela denúncia do MPF (Ministério Público Federal), o pecuarista usou contratos firmados com a Petrobras para quitar empréstimos com o Banco Schahin.

Depoimentos de investigados que assinaram acordos de delação premiada revelam que o empréstimo de R$ 12 milhões destinava-se ao PT e foi pago mediante a contratação da Construtora Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, da Petrobras, em 2009.

Bumlai foi condenado a 9 anos e 10 meses de reclusão por gestão fraudulenta de instituição financeira e corrupção. O pecuarista também foi condenado a pagar R$ 82,4 milhões em multa e reparação de danos.

O pecuarista ainda foi condenado, em primeira instância, na ação que envolve o sítio de Atibaia a 3 anos e 9 meses de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro. Com o fim da Lava Jato e possível revisão de pena dos acusados, o pecuarista poderá ser inocentado das acusações.

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