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Meio Ambiente

Mapbiomas: Pantanal foi o bioma menos afetado pelo fogo em fevereiro

Extensão queimada em 2023 foi a menor dos últimos 5 anos, mas ainda há perda de área para pastagem

Gabriela Couto | 14/03/2023 20:11
Imagem aérea da Reserva Particular do Patrimônio Natural Acurizal, administrada pelo Instituto do Homem Pantaneiro, onde fica a Serra do Amolar, no Pantanal. (Foto: General Motors/ Luiz Felipe Mendes)  
Imagem aérea da Reserva Particular do Patrimônio Natural Acurizal, administrada pelo Instituto do Homem Pantaneiro, onde fica a Serra do Amolar, no Pantanal. (Foto: General Motors/ Luiz Felipe Mendes)

O Monitor do Fogo do MapBiomas, que contabiliza os efeitos de queimadas sobre o território nacional a partir de imagens de satélite, teve os números de fevereiro divulgados nesta terça-feira (14). Conforme o levantamento, o Brasil perdeu 536 mil hectares para o fogo entre janeiro e fevereiro de 2023. Foram 213 mil hectares ou 28% a menos que no mesmo período do ano passado.

Para o Mato Grosso do Sul o destaque fica por conta das ações de prevenção a incêndios florestais no Pantanal. Desde o desastre ambiental de 2020, quando mais de 17 milhões de animais morreram nas chamas que atingiram o bioma, as ações organizadas de ONGs (Organizações Não Governamentais) e governo estadual refletiram na queda dos números na região.

De acordo com o biólogo e fotógrafo, Luiz Felipe Mendes, o Pantanal tem registrado perda de umidade nos últimos 10 anos, o que influencia nas queimadas. “Com mais área seca, o bioma tem mais área para queimar. Estamos torcendo para que as chuvas que estão caindo ajudem a diminuir o risco de novos incêndios. Além disso, todo o preparo e treinamento para evitar um novo episódio como de 2020 estão surtindo efeito”.

Conforme o levantamento, no Pantanal a extensão queimada em janeiro e fevereiro foi a menor dos últimos cinco anos. No entanto, 8,8 mil hectares foram atingidos por fogo, sendo sua maioria concentrados em formações campestres e com uma grande área queimada no Parque Nacional do Pantanal Mato Grossense.

Tamanduá monitorado pelo projeto Bandeiras e Rodovias, do  Instituto de Conservação de Animais Silvestres, que estuda tamanduás no Cerrado sul-mato-grossense. (Foto: Icas) 
Tamanduá monitorado pelo projeto Bandeiras e Rodovias, do  Instituto de Conservação de Animais Silvestres, que estuda tamanduás no Cerrado sul-mato-grossense. (Foto: Icas)

O especialista afirma que esses incêndios impactam diretamente em todo o bioma pantaneiro. O parque fica na divisa com Mato Grosso do Sul, na região do São Lourenço, no alto Paraguai. O fogo não tem limites para ultrapassar a Serra do Amolar, atingir as áreas de RPPNs (Reservas Particulares do Patrimônio Natural) e impactar na preservação da vida selvagem.

“Temos que ver o bioma como um só. É preciso que os dois governos criem políticas públicas interestaduais para criar medidas urgentes e necessárias que minimizem esses impactos. Leva muito tempo para a natureza se reestabelecer”, ponderou o biólogo.

Infográfico do Mapbiomas mostra os biomas mais afetados em fevereiro. (Foto: Reprodução)
Infográfico do Mapbiomas mostra os biomas mais afetados em fevereiro. (Foto: Reprodução)

O estado vizinho também tem deixado a desejar quando o assunto é Cerrado. Mato Grosso e Maranhão foram os que mais queimaram o bioma. Cerca de um terço (32%) da área queimada no Cerrado nos dois primeiros meses de 2023 foi em formação savânica (7 mil hectares).

Além disso, tem as chuvas irregulares que atingem o bioma, atrelado com a lavoura que ganha espaço onde antes tinha vegetação, que desequilibram o ecossistema. “Precisamos de vigilância maior, soluções mais bruscas, conscientização e intercâmbio de dados e soluções”, concluiu.

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