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Meio Ambiente

MS encerra força-tarefa contra incêndios e planeja ações para 2020

Reforços do DF devem voltar ao local de origem na terça-feira; governo avalia formas de impedir repetição de cenário

Humberto Marques | 27/09/2019 19:30
Verruck (ao centro) informou que governo deu início a planejamento para enfrentar incêndios em 2020. (Foto: Humberto Marques)
Verruck (ao centro) informou que governo deu início a planejamento para enfrentar incêndios em 2020. (Foto: Humberto Marques)

Afirmando já ter sob controle os focos de incêndio que, pelo menos desde agosto, consumiram mais de um milhão de hectares em áreas no Pantanal e na Serra da Bodoquena, o governo do Estado anunciou nesta sexta-feira (27) a desmobilização da força-tarefa composta para o enfrentamento às queimadas. Com isso, os 34 bombeiros que vieram do Distrito Federal e a aeronave cedida ao Estado começam a voltar aos locais de origem até terça-feira (1º). Ao mesmo tempo, o governo dá início ao planejamento de ações para evitar a repetição da tragédia ambiental em 2020.

As decisões foram comunicadas durante reunião da Sala de Situação Integrada, que congrega órgãos estaduais envolvidos no combate a incêndios. O resultado dos trabalhos da força-tarefa até esta sexta-feira, atrelado à melhora da condição climática –com chuvas em todo o Estado na quarta-feira (25) que ajudaram a conter as chamas e a previsão de novas precipitações entre 2 e 10 de outubro– motivaram a desmobilização.

“As medidas foram tomadas no tempo exato”, afirmou o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, ao destacar a participação do poder público e iniciativa privada e destacar que, apesar disso, houve prejuízos econômicos e ambientais. “Agora devemos pensar para a frente, no próximo ano”, afirmou.

Entre as medidas em estudo estão a ativação do PrevFogo estadual, com a composição de brigadas próprias, e a necessidade de estruturação do Corpo de Bombeiros com equipamentos e aeronaves –a terem horas de voo licitadas, seguindo orientação do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Biodiversidade), ou compradas, o que resultaria em menos tempo de uso útil.

Antes do encerramento oficial do grupo de trabalho, teve início um processo de monitoramento de 72 horas para verificar se haverá surgimento de novos focos de incêndio –nesta sexta, ahavia apenas focos de calor no Estado. “Agora estamos em estado de alerta, realizando este monitoramento”, prosseguiu.

Custeio – Entre as ideias em discussão está o uso de multas ambientais, por meio de reversão direta no Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), para a compra dos insumos. A Polícia Militar Ambiental emitiu, em 14 autuações, mais de R$ 2 milhões em multas, que devem ser apuradas a fim de verificar se os proprietários rurais foram os autores dos incêndios para, somente aí, efetuar a cobrança.

Comandante da Defesa Civil de Mato Grosso do Sul, o tenente-coronel Fábio Catarinelli avaliou que a experiência com a Sala de Situação Integrada foi “um avanço considerável” pela reunião de esforços para combater os efeitos dos incêndios. “Foi um ponto histórico pois, pela primeira vez, houve decretação de situação de emergência no Estado em função dos incêndios florestais abrangendo todo o bioma do Pantanal e entorno”.

“Com certeza, a mobilização vai ser usada no próximo ano para trabalharmos melhor a questão de combate aos incêndios, transformando essas atividades em políticas públicas”, disse Catarinelli. O coordenador informou que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) ainda trabalha no levantamento final sobre os danos causados pelos incêndios.

Previsão – Franciane Rodrigues, coordenadora do Cemtec-MS (Centro de Monitoramento do Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul), destacou que a chuva em 25 de setembro, aguardada desde o início do mês, ajudou a romper o longo período de estiagem, colaborando com o combate às chamas. E, segundo ela, novas mudanças no clima ocorrerão nos próximos dias, embora a precipitação em outubro deva se manter abaixo do esperado.

“A chuva abrangeu o Estado em todas as regiões com acumulados significativos, melhorando muito a umidade do ar, que ficou em 90% ao longo do dia em todos os municípios, dissipando a névoa seca”, explicou. Para este fim de semana, porém, a previsão é de céu limpo, calor e tempo seco, que deve perdurar até o meio da próxima semana.

“Entre 2 e 10 de outubro, áreas de instabilidade voltarão a Mato Grosso do Sul, com expectativa de chuvas novamente em todas as regiões, com acumulados significativos”, disse Franciane.

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