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Meio Ambiente

MS se destaca com ações contra mudanças climáticas em Azerbaijão

Secretário-executivo de Meio Ambiente da Semadesc, Artur Falcette, representa o Estado na COP29, no Azerbaijão

Por Gabriela Couto | 12/11/2024 14:59
MS se destaca com ações contra mudanças climáticas em Azerbaijão
Plenária de abertura da COP29, em Baku, no Azerbaijão (Foto: Kiara Worth/UNFCCC)

A 29ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29) iniciou nessa segunda-feira (11) em Baku, no Azerbaijão, país que representa uma ponte entre o leste europeu e o sudoeste asiático. O evento, que segue até o dia 22 de novembro, reúne representantes de 198 países e é o principal fórum internacional para negociações climáticas.

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A COP29, em Baku, Azerbaijão, reuniu representantes de 198 países para discutir as mudanças climáticas. Mato Grosso do Sul, liderado pelo secretário Artur Falcette, busca fortalecer ações de preservação ambiental, com foco no Pantanal e na meta de carbono neutro. O Estado defende o manejo integrado do fogo, a governança multinível para adaptação e mitigação, e a regulamentação do mercado de carbono. A COP29 também discute o financiamento climático global, com foco na Nova Meta Coletiva Global Quantificada, e o Brasil, com a ministra Marina Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin, busca fortalecer sua presença nas negociações internacionais.

Mato Grosso do Sul marca presença na COP29 com uma delegação chefiada por Artur Falcette, secretário-executivo de Meio Ambiente da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).

O Estado é um dos protagonistas na luta contra as mudanças climáticas e, nesta edição da conferência, buscará reforçar suas ações e políticas públicas voltadas para a preservação ambiental, com ênfase na sustentabilidade do Pantanal e nas metas de carbono neutro.

Falcette destacou três principais eixos de atuação para o Estado durante o evento. Um deles é a promoção de um manejo integrado do fogo, essencial para a prevenção de incêndios florestais.

"O manejo do fogo está diretamente relacionado à conservação da biodiversidade e aos recursos naturais do Pantanal, um dos maiores biomas de água doce do mundo", afirmou. A questão é crucial para Mato Grosso do Sul, que tem enfrentado nos últimos anos uma crescente ameaça de incêndios no Pantanal, com sérios impactos ambientais.

Além disso, o Estado participa de debates sobre a governança multinível, com foco na articulação entre o governo estadual, os municípios e a iniciativa privada para alcançar metas de adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

O secretário-executivo reforçou que, além de apresentar os resultados do roadmap de carbono neutro do Estado, Mato Grosso do Sul também se dedicará a discutir a regulamentação do mercado de carbono, uma tendência crescente nos esforços globais de combate ao aquecimento global.

MS se destaca com ações contra mudanças climáticas em Azerbaijão
Espaço do evento reservado para a casa da solidariedade dentro do evento (Foto: Divulgação)

Mercado de carbono - Em meio à COP29, um tema de grande relevância tem sido a criação de um mercado global de carbono, que permitirá a compra de créditos de carbono para compensar emissões de gases de efeito estufa.

Esse mercado será regulamentado pela ONU, com a promessa de facilitar a implementação dos planos climáticos nacionais e reduzir custos de implementação em até US$ 250 bilhões anuais, como afirmou Muxtar Babayev, presidente da COP29.

No Brasil, o Senado Federal está atualmente debatendo o projeto que institui o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa. O projeto foi retirado de pauta na semana passada devido à falta de quórum, mas sua aprovação é vista como crucial para as metas de redução de emissões do país.

Mato Grosso do Sul tem se destacado neste contexto, com o Programa Estadual de Mudanças Climáticas (ProClima), que visa tornar o Estado Carbono Neutro até 2030. O programa propõe uma série de ações que abrangem desde a agricultura e pecuária de baixo carbono até o uso de energias renováveis e o controle rigoroso do desmatamento.

Sociedade civil -Além do governo, a delegação de Mato Grosso do Sul na COP29 conta com representantes da sociedade civil e da iniciativa privada. Renato Roscoe, diretor-executivo do Instituto Taquari Vivo, participa das discussões em nome da sociedade civil, enquanto Vitor Farias, analista de sustentabilidade do Sebrae, leva a perspectiva do setor privado. Ambos contribuem com as experiências e ações que têm sido implementadas no Estado, incluindo projetos de pagamento por serviços ambientais (PSA).

Jaime Verruck, secretário da Semadesc, ressaltou a importância do PSA como uma estratégia inteligente para reverter a degradação ambiental. "Temos o PSA na modalidade Uso Múltiplo Rios Cênicos, que remunera os produtores rurais que preservam as bacias dos rios de Bonito, Jardim, Bodoquena e Miranda. O projeto tem sido um sucesso, com grande adesão da sociedade", explicou.

Segundo ele, um PSA específico para o Pantanal está em desenvolvimento e será mais um avanço na proteção do bioma.

Mesa de negociação pelo clima - A COP29 também tem sido marcada por discussões sobre o financiamento climático global, com destaque para a Nova Meta Coletiva Global Quantificada (NCQG), que visa substituir o objetivo de US$ 100 bilhões anuais para o financiamento climático, um compromisso que nunca foi cumprido pelos países desenvolvidos. O debate sobre essa nova meta será um dos temas centrais da cúpula.

Representando o Brasil, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, chegou a Baku acompanhada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. Entre as agendas da ministra, destacam-se reuniões bilaterais e a participação em eventos no Pavilhão Brasil, que visam fortalecer a presença do país nas negociações globais.

Com a COP30 marcada para o próximo ano em Belém, no Pará, a conferência de 2024 será uma oportunidade para o Brasil mostrar os avanços nas políticas climáticas e reforçar seu compromisso com a preservação ambiental, em sintonia com as ações dos Estados como Mato Grosso do Sul, que tem liderado a implementação de soluções inovadoras e sustentáveis no combate às mudanças climáticas.

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