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Meio Ambiente

Recuperar áreas degradadas no Pantanal vai custar R$ 3,9 bilhões

Ricardo Campos Jr. | 19/06/2017 11:01
Proporcionalmente o Brasil é o que apresenta menores índices de cuidado com as matas, já que apenas 59,7% estão intactos.(Foto: Alexandre-Socci / Fundtur)
Proporcionalmente o Brasil é o que apresenta menores índices de cuidado com as matas, já que apenas 59,7% estão intactos.(Foto: Alexandre-Socci / Fundtur)

O Brasil precisará de R$ 3,9 bilhões para recuperar 392 mil hectares de vegetação degradada no planalto pantaneiro, onde estão localizadas as nascentes que alimentam os rios da bacia. Os dados fazem parte de um estudo desenvolvido pela ONG (Organização Não Governamental) WWF Brasil em parceria com a UCDB (Universidade Católica Dom Bosco).

Sob a coordenação do geógrafo mestre em desenvolvimento local Fábio Ayres, foram mapeados o uso e cobertura do solo em toda a extensão da porção do bioma localizada no país, que representa 62% de todo o complexo também localizado no Paraguai e na Bolívia.

O engenheiro florestal Cássio Bernardino, analista de conservação da WWF, afirma que somente 45% da vegetação na planície pantaneira estão preservados. ]

“É um custo de recuperação elevado, mas acreditamos que ainda assim é importante se quisermos que o bioma se perpetue como se conhece. Além disso, temos que pensar em políticas de desenvolvimento sustentável para a área de planície”, afirma.

Levando em consideração toda a área do bioma, 70% das áreas naturais estão preservados nos três países onde está localizado. Proporcionalmente o Brasil é o que apresenta menores índices de cuidado com as matas, já que apenas 59,7% estão intactos.

“Isso acontece pelo modelo de agricultura que nós temos [no Brasil]. Na planície, a principal atividade é o gado. Nas áreas de planalto, tivemos a substituição por soja e pastagem, ou seja, desmatamos para implantar novas culturas”, diz Bernardino.

Para o engenheiro florestal, é preciso que as legislações sejam elaboradas pensando no Pantanal como um todo ao invés de separá-lo entre planície e planalto para determinar os locais onde determinadas culturas podem ser instaladas.

Cássio explica que a pesquisa tem sido realizada há vários anos pela WWF sempre em parceria com outras instituições. Porém, o estudo mais recente feito com apoio da UCDB teve ajuda de novas tecnologias não apenas para facilitar a coleta de dados, mas para deixá-la mais precisa e ampliar o escopo de informações analisadas.

É por isso que a ONG não compara os resultados com os anos anteriores, já que desta vez eles estão mais precisos.

Para alcançar os resultados previstos, Ayres e sua equipe do Laboratório de Geoprocessamento da universidade católica analisaram imagens geradas pelo satélite Landsat 8 disponibilizadas pela Nasa (Agência Espacial Americana), no período de julho e agosto de 2016, época de seca.

Os dados devem auxiliar no planejamento da ocupação da região e na preservação do ecossistema. “Queremos difundir esse material para que sirva de insumo para pesquisas na graduação e na pós-graduação e, também, queremos apresentá-lo ao poder público para auxiliar no planejamento das regiões e incentivar políticas de ocupação”, explicou Ayres.

A pesquisa completa será apresentada ao governo de Mato Grosso do Sul em um evento nesta terça-feira (20) no auditório da instituição de ensino.

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