Rio atinge marca prevista para junho, o que indica cheia histórica
A previsão dada pela Marinha do Brasil era de que o rio Paraguai chegasse aos 5 metros de altura somente em junho. Mas a dez dias antes de virar o mês, a altura do rio chega à marca de 4,99 metros, nesta quarta-feira (21), na estação de Ladário, cidade distante 419 quilômetros de Campo Grande. A cheia na região do Pantanal é a maior registrada desde 2011 e atinge toda a população ribeirinha.
A Marinha Pantanal ainda não divulgou outra previsão de quanto o rio Paraguai deve subir no próximo mês, mas afirma que a cheia bateu recorde neste ano e que ainda deve subir bastante. Em Mato Grosso, segundo a Marinha, já ocorre a vazante do rio e agora que a quantidade de água sobe no Pantanal sul-mato-grossense.
Segundo o Serviço de Sinalização Náutica da Marinha Pantanal, o rio Paraguai sobe, em média, de 1 a 2 centímetros por dia, em semanas sem chuva, e até 8 centímetros quando chove. De ontem para hoje, o rio subiu 5 centímetros, sem registro de chuvas na região de Corumbá e Ladário.
Resistência - Apesar de a cheia inundar as comunidades localizadas às margens do rio, a população ribeirinha não cogita abandonar o Pantanal. No último final de semana, equipes da Prefeitura de Corumbá e da Marinha foram visitaram as famílias e levaram à região atendimento médico e assistencial.
Em contato com os ribeirinhos da região do Paraguai Mirim, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Corumbá relatou, em material distribuído à imprensa, a situação na qual vivem as famílias.
“Às vezes enche mais, como nesse ano. Ai a água vai com tudo pra dentro de casa, como está agora. A gente vai levando como dá”, relata o ribeirinho Edemilson Pereira Nascimento, de 36 anos. Conforme a assessoria, ele é nascido e criado às margens do rio Paraguai, no Porto 15 de Março. Ele é casado e tem quatro filhos. E apesar dos dias difíceis, ele não pensa em deixar o local onde mora.
Conforme explica a assessoria de imprensa, o cotidiano das famílias ribeirinhas é pautado pelo Rio Paraguai, de onde a maioria das famílias tira o sustento, seja da pesca ou da coleta de iscas vivas. A pecuária e a agricultura também dependem diretamente do rio.
Na época da cheia, como agora, nenhuma das duas atividades avança, já que as águas ocupam praticamente todo o campo. Só os aterros e alguns poucos locais mais altos conseguem escapar parcialmente da inundação.