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Meio Ambiente

Rio Paraguai atinge nível negativo de um metro e meio

Marcas de 2020, um dos piores anos da história para o rio, estão sendo alcançadas um mês antes

Nyelder Rodrigues | 26/09/2021 14:13
Imagem mostra bancos de areias às margens do Rio Paraguai, causadas pelo baixo nível de água. (Foto: Toninho Ruiz/Arquivo)
Imagem mostra bancos de areias às margens do Rio Paraguai, causadas pelo baixo nível de água. (Foto: Toninho Ruiz/Arquivo)

Um rio que em determinado ponto de medição alcançou em 2018, entre os dias 25 de junho e 2 de julho, a marca positiva de 4 metros e 48 centímetros, e agora, pouco mais de quatro anos depois, registra marca de um metro e meio negativo, diante de uma das maiores secas da história no Centro-Sul da América do Sul.

Esse é o cenário do Rio Paraguai, que atingiu nesse domingo (26), a marca de -1,51 metros na régua de medição do Forte Coimbra, verificada diariamente desde 1º de janeiro de 2016 pelo Centro de Hidrografia e Navegação do Oeste, da Marinha.

Nunca no período de aferição, o local chegou a níveis tão baixos. Em 2016, 15 centímetros foi a menor marca, enquanto que no ano seguinte, 52 centímetros foi o menor índice. Em 2018, época da última cheia no Pantanal, o volume mínimo de água no Forte Coimbra foi de incríveis 2,12 metros, na virada para 2019.

Foi daí, de 2019 em diante, que um dos principais ecossistemas do mundo nunca mais alagou e passou a secar, em escalada que impressiona. Sem as cheias costumeiras em 2019, o Forte Coimbra registrou seu primeiro número negativo: -16 cm.

Em 2020, considerado até ali a pior seca da história do Pantanal, o Rio Paraguai chegou a marca de -1,45 metros na altura no Forte Coimbra, no meio de outubro, pior época da seca. Contudo, em 2021 o recorde já foi quebrado um mês antes, apontando para tendência de piora na situação até o fim do ciclo.

Pior nível em Assunção - Informação publicada nesta semana pelo jornal paraguaio ABC, indicou que o recorde mínimo do nível do rio na capital do país vizinho, Assunção, foi quebrado neste ano novamente. Se em 2020, o valor ficou em 53 cm negativos, agora, a marca foi de 55 centímetros negativos, dia 23.

A seca no Centro-Sul da América do Sul afeta toda uma bacia e linha econômica, a ponto de se tornar alvo de reportagem do jornal estado-unidense New York Times no início do mês, mostrando diversos pontos secos no Rio Paraná e os problemas que isso trouxe a região de Rosário, no interior da Argentina.

Naquele ponto, o Rio Paraná já recebeu às águas do Rio Paraguai - ambos se juntam e desaguam no mar próximo à capital argentina Buenos Aires. Além dos problemas ambientais, dificuldades em navegação, irrigação e geração de energia ocorrem.

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