Seca chega mais cedo ao Pantanal e Rio Paraguai tende a níveis mínimos
Recuo do rio resulta da intensidade da última estação seca e de chuva abaixo da média
Um cenário de seca se desenha, pelo terceiro ano consecutivo, para o Pantanal e o Rio Paraguai, principal curso de água e que dita o ritmo dos pulsos de inundações no bioma. Conforme o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), a estação chuvosa na região do Pantanal encerrou precocemente no final de março.
Boletim do Serviço Geológico do Brasil aponta que mesmo no final do período chuvoso, quando se espera registrar recarga hídrica nos mananciais, o Rio Paraguai está prestes a entrar novamente na zona de atenção para níveis mínimos em Mato Grosso do Sul. Em território brasileiro, o Pantanal se espalha por MS (65%) e Mato Grosso (35%).
Nesta semana, o Rio Paraguai registrou a cota de 1,79 metro em Ladário, vizinha a Corumbá, onde normalmente, nesta época do ano, atinge 3,42 metros. Segundo o pesquisador Marcus Suassuna, esse recuo do rio, quando a expectativa era de subida, é resultado da intensidade da última estação seca e de uma estação chuvosa com precipitações abaixo do normal em 2021.
Segundo o pesquisador, é provável que o nível do rio em Ladário aproxime-se do zero da régua da Marinha, a exemplo do que ocorreu no ano passado. A partir da cota de 1,50 metro, a Marinha do Brasil passa a adotar restrições à navegação.
A estiagem já levou o governo de Mato Grosso do Sul a decretar situação de emergência ambiental. O Rio Paraguai nasce a Chapada dos Parecis (MT) e segue na direção sul, percorrendo o limite entre os biomas da Amazônia e do Cerrado, adentrando no Pantanal, na região de Cáceres, por onde segue até deixar o Brasil para o Paraguai.