Sem poder voltar ao Pantanal, tuiuiús são enviados para zoológico de SP
Outras três corujas também foram transferidas para o Estado vizinho, após passarem por tratamento
Sem uma das asas e depenados, dois filhotes de tuiuiú encontrados caídos às margens de rodovia, em Miranda, foram enviados ao zoológico de Itatiba, em São Paulo, após passarem por reabilitação. A dupla não pode voltar ao Pantanal porque não teria ocndiçoes de sobreviver. Outras três corujas também serão enviadas ao Estado vizinho, depois de passarem por tratamento no Hospital de Animais Silvestres Ayty, em Campo Grande.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Dois filhotes de tuiuiú, resgatados na BR-262 em Miranda, foram enviados ao zoológico de Itatiba, em São Paulo, após tratamento no Hospital de Animais Silvestres, devido à impossibilidade de retorno ao Pantanal. As aves, que estavam sem uma das asas e depenadas, foram acompanhadas por três corujas também em recuperação. Para garantir o bem-estar durante o transporte, os animais foram anilhados e levados em uma van com controle de temperatura. A coordenadora técnica do hospital, Aline Duarte, destacou a importância de respeitar a dignidade dos animais quando a reintrodução ao habitat não é viável, enquanto o diretor do Imasul, André Borges, enfatizou a prioridade da preservação da fauna pantaneira em meio a desafios ambientais.
As aves são símbolo do bioma que representa Mato Grosso do Sul e foram batizadas de Alto e Pantanal. Ao serem resgatadas, não apresentavam condições de voo e estavam impossibilitadas de voltar à natureza.
Para garantir o melhor transporte, os animais foram devidamente anilhados e colocados em uma van equipada com sistema de controle de temperatura, o que garantiu condições ideais para o bem-estar das aves. A viagem aconteceu nessa terça-feira (3).
"Quando não é possível a reintrodução ao habitat natural, buscamos alternativas que respeitem sua dignidade e bem-estar", explicou Aline Duarte, coordenadora técnica do Hospital Ayty.
O diretor-presidente do Imasul, André Borges, ressaltou a relevância de iniciativas como essa. “A preservação da fauna pantaneira é uma prioridade. Cada ação de resgate e cuidado é uma vitória para o equilíbrio do ecossistema, especialmente em um momento de tantos desafios ambientais”, declarou.
Como Fênix - O Campo Grande News noticiou, à época, o resgate das aves realizado em meio ao fogo que atingia o Pantanal. Dos três irmãos, um acabou não sobrevivendo.
O tuiuiú que morreu após a queda do ninho durante grande incêndio na Serra do Amolar, região bela e remota do bioma na divisa de Corumbá com Mato Grosso, tinha três meses de vida e já ensaiava os primeiros voos.
Contudo, após sobreviver à queda e às chamas que devoraram a árvore, fruto de esforço dos brigadistas para preservar o ninho onde estavam os três filhotes, a ave não resistiu ao estresse. Dos três irmãos, ele parecia estar em melhores condições.
De acordo com o IHP (Instituto Homem Pantaneiro), visualmente ele era o mais forte. Contudo, sucumbiu ao estresse provocado pelo grande incêndio que se aproximava, o fato de ter que sair do ninho, o deslocamento.
Sobre os pais dos filhotes, os médicos-veterinários informaram que não foi possível precisar o paradeiro. Entretanto, eles podem ter se afastado para buscar comida. Fato é que o ninho estava cercado por muito fogo.
Os tuiuiús que sobreviveram chegaram na tarde de domingo (20) ao Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande. Um dos filhotes teve fratura na asa, pois foi atingido por galho na queda. Na última sexta-feira (18), com o avanço das chamas, numa abrupta mudança da direção do vento, o ninho que era o lar das aves foi atingido.
Os primeiros socorros foram prestados por brigadista do PrevFogo e da Brigada Alto Pantanal, com apoio a distância de médicas-veterinárias do IHP. Os filhotes foram levados para a base localizada na RPPN Acurizal (Reserva Particular do Patrimônio Natural), ainda na Serra do Amolar.
No sábado, os filhotes foram levados para a cidade de Corumbá no helicóptero do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). O transporte aéreo foi uma tentativa de reduzir o estresse das aves, pois a jornada pelas águas do Rio Paraguai seria de 6h30 de viagem.
Mas um dos animais não resistiu. Os sobreviventes vão passar por readaptação e ainda não tem previsão de quando poderão retornar à natureza. Os animais recebem tratamento, mas estão a quase 500 km de casa: o Pantanal, bioma que desde 2020 tem se tornado terra arrasada pelo fogo criminoso.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.