Sistema de monitoramento de incêndio no Pantanal passa por manutenção
Antenas e câmeras instaladas na Serra do Amolar são revisadas com apoio da Marinha do Brasil
A parceria entre instituições tem sido fundamental para evitar novos desastres como o de 2020 no Pantanal. Nesta semana, o Sistema Pantera que monitora uma área de até 1 milhão de hectares no Alto Pantanal passou por manutenção com o apoio da Marinha do Brasil.
Militares do 6º Comando do Distrito Naval, localizado em Ladário, revisaram câmeras e antenas utilizadas pelo IHP (Instituto Homem Pantaneiro) para detectar fumaça na rede de proteção da unidade de conservação.
Como as câmeras e as antenas ficam em áreas remotas, a equipe de Técnico em Informática do IHP pode demorar até quatro dias para acessar os locais. Com o helicóptero do 6º Comando do Distrito Naval, esses acessos são feitos em até 30 minutos.
Em julho, houve a manutenção de alguns equipamentos e agora, nos dias 11 e 12 de setembro, há serviço em outras duas câmeras. O sistema de monitoramento contra incêndios é formado por cinco câmeras.
Entre os serviços realizados estão limpeza das câmeras, por conta de teias de aranha e excrementos de aves, ajustes de posicionamento, verificação de baterias, retirada de insetos. A central de monitoramento, que usa inteligência artificial, fica na sede do IHP, em Corumbá.
O sistema Pantera passou a funcionar regulamente em 2022 e consegue detectar sinal de fumaça de forma mais ágil que os satélites. Por isso, tem maior efetividade para se detectar um incêndio enquanto ainda está com menor potencial de queima. Esse sistema é mantido pelo IHP e foi desenvolvido pela parceira Um Grau e Meio, startup que trabalha com ações de conservação da natureza.
Além da tecnologia, o IHP também mantém em campo a Brigada Alto Pantanal permanente na Serra do Amolar. Essa equipe realiza ações de prevenção a incêndios florestais no primeiro semestre e fica a postos para atuar no combate ao fogo em período mais crítico.
Os pesquisadores do Lasa/UFRJ desenvolveram um estudo amplo sobre o fogo registrado na Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar (Rede Amolar). Nessa linha do tempo com dados dos últimos 11 anos, mês a mês, é possível perceber como o ciclo do fogo no Pantanal decorreu.
Em 2020, houve danos catastróficos em toda a Rede Amolar, um território que é corredor de biodiversidade, formado por RPPNs (Reservas Particulares de Patrimônio Natural) e o Parque Nacional do Pantanal Matogrossense, área de Patrimônio Natural da Humanidade.
De acordo com registros históricos, a região costuma ser mais afetada pelo fogo a partir de setembro, com a atenção se estendendo até janeiro. Em muitos anos, como 2013, 2015, 2017, 2018, 2019 e 2022, os meses do final da primavera ou início do verão são os mais afetados do ano. Confira abaixo.
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