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DEZEMBRO, QUARTA  04    CAMPO GRANDE 21º

Política

À distância e sob olhos da PM, grupos repudiam e exaltam Bolsonaro

Aline dos Santos e Leonardo Rocha | 22/04/2015 10:00
Grupo contra homenagem a Bolsonaro exibe cartazes em frente ao comando da PM. (Foto: Marcelo Calazans)
Grupo contra homenagem a Bolsonaro exibe cartazes em frente ao comando da PM. (Foto: Marcelo Calazans)
Faixa traz declaração a favor de Bolsonaro. (Foto: Macelo Calazans)
Faixa traz declaração a favor de Bolsonaro. (Foto: Macelo Calazans)

O deputado federal Jair Bolsonaro (PP/RJ), que será homenageado na manhã desta quarta-feira pela PM (Polícia Militar), motiva protestos de repúdio e apoio em Campo Grande. A uma boa distância do Palácio Tiradentes, no Parque dos Poderes, local do evento, grupo com 30 pessoas se vale de cartazes e gritos de guerra para expressar a revolta contra o homenageado.

Conforme o apurado pela reportagem, os manifestantes não tentaram entrar na sede da PM, permanecendo do outro lado da rua. Em frente ao palácio, dez policiais perfilados acompanham a movimentação.

Os manifestantes gritam frases como “Eu beijo homem, beijo mulher. Tenho direito de beijar quem eu quiser” e “Quem não pula é facista”. Nas mãos, cartazes exibem os dizeres “Ninguém merece ser estuprada” e “Bandido bom é bandido engravatado”.

Ao lado, o grupo de apoio ao Bolsonaro, com cerca de dez pessoas, levou faixas de apoio, com manifestações como “Juntos na luta contra o comunismo” e “Parabéns à PM pela justa homenagem”.

Bolsonaro chegou antes e não teve contato com o grupo contrário à homenagem, formado por representantes da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil), Direitos Humanos e movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). À imprensa, o parlamentar não escondeu a frustração, perguntado onde estavam os ativistas e queria um debate ao vivo.

Segundo o presidente do Conselho de Direitos Humanos e diversidade da OAB, Júlio Valcanaia, eles repudiam tanto a homenagem ao deputado como o governo que avalizou a entrega da Medalha Tiradentes.

“Ele (Bolsonaro) defende a ditadura, já fez apologia ao estupro, sendo Mato Grosso do Sul o quarto Estado com maior número de estupro do País. Além disso, o governo estadual criou pela primeira vez uma Secretaria de Direitos Humanos, a homenagem vai contra essa ação”, afirma.

Militante na área de Direitos Humanos, professo Vagner Campos avalia que a homenagem ao parlamentar é retrocesso para toda sociedade. “Um homem desse não merece homenagens, se trata de alguém homofóbico e preconceituoso”, diz. Os ativistas tentaram cancelar a homenagem, que foi mantida pela Polícia Militar.

Na ala dos favoráveis a Bolsonaro. Luiz Alberto Carvalho afirma que o deputado fez muito pelo Brasil. “Ele prega valores da família, ética e moralidade, contra a corrupção. Todos tem direito de se manifestar, mas eles são contra o Bolsonaro porque ele fala o que deve ser dito”, salienta. O movimento é organizado pela Brigada 27, que defende a intervenção militar.

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