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Política

Advogado deixa defesa de Delcídio no Conselho de Ética do Senado

Mariana Jungmann, da Agência Brasil | 04/03/2016 15:05
Gilson Dipp diz que sai do caso por  "questão de foro íntimo"  e  que  não  sabia  que  o senador negociava acordo de delação premiadaArquivo/Agência Brasil
Gilson Dipp diz que sai do caso por "questão de foro íntimo" e que não sabia que o senador negociava acordo de delação premiadaArquivo/Agência Brasil

O advogado de Delcídio do Amaral (PT-MS) no Conselho de Ética do Senado, Gilson Dipp, renunciou hoje (4) à defesa do senador. Dipp encaminhou um comunicado oficial para ser anexado ao processo informando que renuncia a todos os poderes de defensor outorgados pelo senador e pedindo que seu nome seja excluído da representação. Dipp defendia o senador em processo por quebra de decoro parlamentar.

Dipp explicou que decidiu deixar o caso por questão “de foro íntimo”, mas reconheceu que as notícias sobre a suposta delação premiada de Delcídio o levaram a tomar essa atitude. O advogado disse que não sabia que Delcídio estava negociando o acordo e que a nova postura dele é incompatível com a defesa que vinha sendo feita no Conselho de Ética do Senado, na qual se alegava a inocência do senador.

“Como minha defesa se baseava nos fatos existentes, o surgimento de fatos que não eram de conhecimento da defesa impedem a permanência do advogado no comando da causa”, explicou o advogado.

Gilson Dipp evitou criticar Delcídio pela decisão de fechar o acordo de delação premiada. Segundo o advogado, essa é uma questão pessoal a ser definida pelo senador em conjunto com a defesa dele na Justiça.

Dipp reafirmou que os defensores do Senado desconheciam a negociação. “Eu não participei de nada disso. Eu só atuo no Conselho de Ética. Eu não sabia da existência desse acordo. Nem eu, nem os advogados que atuam no conselho”, afirmou. A defesa do mandato de Delcídio ficará agora a cargo de outros dois advogados que atuam nessa esfera.

O acordo de delação premiada não foi confirmado pelo senador. De acordo com reportagem divulgada ontem pela revista IstoÉ, o acordo tem 400 páginas e está pendente de homologação pelo Supremo Tribunal Federal. No acordo, Delcídio teria admitido, entre outras coisas, que tentou subornar a família do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró para que este não fechasse acordo de colaboração com o Ministério Público. Segundo a revista, Delcídio fez isso a mando do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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