Alems cria grupo para fiscalizar contas da Cassems e evitar ônus aos servidores
Sugestão apresentada é equiparar a contribuição paga pelo governo (5,25%) a dos servidores que pagam 6%
Na manhã desta quinta-feira (3), a Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) realizou uma reunião com o presidente da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores do Estado), Ricardo Ayache, para debater questões sobre a saúde financeira da instituição e o modelo de contribuição recentemente aprovado em assembleia geral.
No dia 27 de julho, beneficiários da Cassems aprovaram, por maioria absoluta, ajustes no modelo de contribuição e no Estatuto da Caixa dos Servidores, entre eles o pagamento mensal fixo por beneficiário de R$ 45, limitada a R$ 180 por grupo familiar natural. O valor não abrange agregado, que deverão contribuir com o custo individual. O aumento tem como principal objetivo reverter o quadro de desequilíbrio financeiro enfrentado pela entidade garantindo um incremento mensal no valor de R$ 8.647.290,00.
No encontro, Ricardo Ayache esclareceu que a Cassems tem um passivo de R$ 150 milhões, que representa as obrigações e dívidas da entidade, correspondendo a 15% do patrimônio total, que é de R$ 1 bilhão. No entanto, a entidade conta com apenas R$ 90 milhões em caixa. A diferença entre o passivo (R$ 150 milhões) e o caixa (R$ 90 milhões) resulta em um desequilíbrio financeiro de R$ 60 milhões.
O presidente da entidade enfatiza que o desequilíbrio nas contas é decorrente dos investimentos de R$ 290 milhões realizados no combate à pandemia da covid-19, que sobrecarregou os atendimentos. “Temos resultados de trabalho, de investimentos e de estruturas. Enfrentamos os desafios da saúde de qualquer gestor, tanto público quanto privado. Temos hoje uma grande capacidade de avançar dentro do nosso sistema de saúde, buscando, claro, o equilíbrio financeiro”, ressaltou Ayache.
O encontro e apresentação de balanço da entidade resultaram na formação de uma comissão, proposta pelo presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro (PP), que atuará como intermediadora entre os servidores e a Cassems. O objetivo é buscar soluções que evitem sobrecarregar os servidores e garantam a sustentabilidade financeira da instituição.
“Formamos uma comissão, que estará discutindo a possibilidade de redução ou de contribuição, o que for melhor para atender essa necessidade temporária da instituição. Reconhecemos o papel da Cassems, que entrega um plano de saúde referência no Brasil. Não vamos utilizar esse debate como palanque político e lacração em rede social. Nosso papel é tratar deste assunto com responsabilidade e respeito. Tenho certeza que bons frutos surgirão nesta intermediação do Parlamento Estadual”, reforçou o presidente da Casa de Leis.
Com a comissão atuando como mediadora, a expectativa é que as discussões avancem e resultem em soluções que protejam os servidores e garantam a continuidade dos serviços de saúde prestados pela Cassems. Uma das sugestões apresentada para garantir o aumento de arrecadação sem onerar o servidor, seria equiparar a contribuição patronal paga pelo Governo de Mato Grosso do Sul, que hoje recolhe 5,25%, ao dos funcionários, que pagam 6%.
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